Após dias de tanto reencontro por Toronto, seguimos à Montréal de trem. A viagem partindo de Toronto, que está na província de Ontario, e indo à Montréal, que está na província de Quebec, me mostrou um Canadá bem rural, diferente daquela loucura da metrópole Toronto. E o legal é que cada vez que nos aproximávamos de Montréal a
temperatura baixava e a quantidade de neve aumentava. Chegamos lá às 17:30 e fazia muuuuito frio. E isso não é nem figura de linguagem. A temperatura
estava em torno de -15CC e a sensação térmica abaixo dos -20°C! E isso porque ainda estávamos no outono em novembro. Nos enrolamos ao
sair da estação de trem e como eu não tinha pesquisado bem, pensamos em
caminhar até o Airbnb. Demoramos a constatar o óbvio: não dá pra caminhar quarenta menos com
esse frio e carregando malas no meio da neve. Na verdade havia metrô na estação mas isso só
descobrimos depois. Acabamos pegando um táxi, o único da viagem.
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Mirante no alto do Monte Royal, que dá o nome |
Chegamos ao Airbnb e a dona não estava para fazer o check-in. Ela usa um sistema que é bem
comum por lá em que a pessoa coloca um espécie de cadeado com uma caixinha próximo ao imóvel e te passa a senha. O problema é que nesse frio todo
as teclas da caixinha que eram mecânica não funcionavam! Por sorte eu tinha a senha do wifi e consegui ligar
pra anfitriã nos entregar outra chave! Ufa! Estávamos tão cansados que essa
noite apenas comemos um lamen próximos e dormimos cedo. De qualquer maneira, a pequena caminhada que fizemos foi suficiente para comprovar o que eu havia lido da cidade. A quantidade de restaurantes é absurdamente grande. É para pensar até que ninguém come em casa.
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Babando pelos doces |
No
dia seguinte saímos a explorar a cidade, e que cidade! Se Toronto parece uma
metrópole norte americana, Montréal parece uma cidade europeia. Todo mundo
falando francês, muitas ruas de pedra e até bastante gente pelas ruas apesar do frio intenso. Como dizem na Dinamarca, não há clima ruim, apenas pessoas não bem vestidas. Começamos
o dia caminhando até a Basílica
de Notre Dame. Acostumado a pagar para entrar nas
igrejas europeias, eu me surpreendi que Notre Dame era grátis. Do lado de fora
eu não me surpreendi, assim como com a Notre Dame de Paris, mas pelo lado de
dentro essa é uma das igrejas mais lindas que já vi. A iluminação é usada de
uma maneira incrível para realçar os vitrais e outros detalhes. Imperdível.
Durante algumas tardes você pode escutar o músico tocando o órgão da basílica, que é
gigantesco. De lá seguimos a parte de Vieux Port (Porto Velho) passando no caminho
pelo Palais de Justice, Hôtel de Ville e Place Jacques
Cartier em Old Montréal. Chegando ao Vieux Port aproveitamos para caminhar bastante. Há uma
roda gigante que estava parada, não sei se era por ser inverno ou por ser de
manhã, e também uma pista de patinação. Caminhamos até a Torre do Relógio e
aproveitamos para ler as placas com informação do porto de Montréal no caminho e
tirar muitas fotos. O frio da cidade já havia me surpreendido, afinal de contas
-20°C no outono não me pareceu normal. Porém lendo as tais placas eu me surpreendi que o porto não costumava ficar aberto o ano inteiro porque
no inverno a navegação era perigosa por conta dos enormes icebergs que chegavam ao porto. Várias obras foram feitas para modernizar o porto e resolver esse problema.
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Basílica de Notre Dame |
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Pela Velha Montréal |
Após essa caminhada
fomos ao Marché Bonsecours comer. Pensei que seria um mercado grande com várias
opções de comes e bebes porém na verdade haviam muitas lojinhas vendendo
produtos típicos do local e poucos lugares para comer. Acabamos mudando de ideia e resolvemos seguir até
Chinatown e comer por lá. Lamén outra vez mais! Caminhamos um pouco por
Chinatown e o que adoro quando visito bairros étnicos em países onde atualmente há muita
imigração é que esses bairros representam não só o passado quanto também o
presente. Me explico: se você visita o bairro da Liberdade em São Paulo, verá
retratos de uma imigração que aconteceu no começo do século XX. Há muitos
descendentes de japoneses por lá porém você não escutará muita gente falando
japonês, por exemplo, pois os descendentes hoje já estão completamos
assimilados a nossa cultura. Já em Chinatown em Montréal, a língua mais falada
é de longe o chinês. Menus em chinês, placas em chinês, e por aí vai.
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Marché Bonsecours |
Como o sol já estava quase se pondo e o frio nos esgotou mais rápido do que pensamos, decidimos ir a
um museu e escolhemos o Museu de Belas Artes de Montréal. O museu nos
surpreendeu pelo tamanho, e na verdade merecia um dia inteiro, não apenas um final de tarde. Como não
tínhamos esse tempo escolhemos as coleções que mais nos interessavam. Começamos
pela coleção de arte Inuit no andar superior e de lá fomos descendo passando
pela arte de artistas do Québec, seguido por um pouco de arte moderna, encerrando
nosso dia por lá.
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St. Joseph's Oratorium |
O próximo dia seria
nosso último dia completo por Montréal e decidimos começar por St.
Joseph's Oratory, que é uma basílica muito bonita construída em homenagem a um padre da
cidade que foi canonizado. O lugar é bem bonito mas eu honestamente preferi o
exterior ao interior. De lá seguimos ao Parque Monte Royal, que se você
pronuncia bem rápido descobrirá que foi o Monte que deu origem ao nome da
cidade. Caminhamos pra caramba desde à basílica até o parque, passando pelo cemitério e chegando até ao Mirante do Parque, que dá
uma vista bem bonita da cidade. O que mais me chamou a atenção é que o parque é
cheio de trilhas para quem quer fazer esqui de fundo (cross-country). Inclusive
havia muita gente esquiando não só lá como na própria cidade, e isso porque o inverno ainda não havia chegado... Ao lado do
Mirante há uma espécie de refúgio com um café e internet. Imaginei como isso
seria perfeito após um dia inteiro de esqui!
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Trilhas de esqui no principal parque da cidade |
Nos enrolamos um pouco para sair
do parque visto que grande parte das trilhas estavam completamente cobertas por
neve e caminhamos até ao Schwartz's Deli. Já havia lido à respeito do lugar que
é praticamente uma instituição de Montréal, como me disse um amigo que morou por lá. Esse restaurante judeu foi fundado
no começo do século XX e está sempre cheio. O prato principal é simples: sanduíche com carne defumada, mostarda e três fatias de
pão, como se fosse um triângulo, servido com refrigerante de cereja e picles.
Para acompanhar pedimos o prato mais conhecido da culinária do Quebec, o
Poutine que nada mais é do que batata frita com queijo e um molho marrom. Uma
explosão de calorias e perfeito para um dia frio! Pra quem não faz questão de comer em mesas, você pode
pedi-las em uma porta lateral e comer no balcão. O dia já estava acabando e
decidimos ir ao Parque Olímpico de Montréal apenas para conhecer. Apesar do lugar ser interessante, com muitas informações dos jogos olímpicos que aconteceram lá e também dos eventos que acontecem atualmente, foi bem mais ou menos por não ter muito a se fazer além de olhar. Acho que a própria prefeitura se deu conta visto que eles estão construindo algumas coisas por lá, como um planetário e restaurantes.
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Provando o sanduíche de carne defumada e o poutine |
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Parque olímpico de Montréal |
Adorei Montréal, que
apesar dos poucos dias já é uma de minhas cidades favoritas. A atmosfera é bem
legal e apesar do inverno bem rigoroso, a infraestrutura da cidade ajuda e dá
pra fazer bastante coisa. O metrô cobre grande parte da cidade e quantidade de opções de lazer é absurda. Espero voltar e explorar um pouco mais não apenas Montréal como toda a província de
Quebec.
Canadá e NY - Parte 3 - Nova Iorque
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