Nos hospedamos no Hostel Internacional en Mendoza. Gostei bastante do lugar pelo social e pela localização. O albergue conta com habitações pra dividir ou para casais e a única crítica que tenho ao lugar era o quarto para casal que parecia uma caverna de tão escuro. O albergue organizava muitas atividades com os hóspedes como asados (churrascos) e outros jantares que seguiam até tarde. Dica importa pra quem for viajar por lá: o albergue não aceita cartão assim como grande parte dos comércios e hotéis da Argentina. Pra aproveitar todos os dias que tínhamos disponíveis decidimos viajar em ônibus leito noturno desde Neuquén e chegamos por lá durante a manhã bem cedo. O ponto negativo é que dessa maneira perdíamos a comodidade do carro, mas ao menos não perdíamos um dia para ir e outro para voltar. Fizemos o check-in e saímos à tomar café da manhã no centro da cidade enquanto esperávamos para começar um passeio com um ônibus que nos levaria a duas vinícolas e uma fábrica de azeite de oliva. A manhã estava nublada e caia uma chuva bem fina por isso logo voltamos ao albergue.
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Bodega Vistandes |
Durante à tarde subimos em um ônibus junto com o restante de um grupo e seguimos em direção às bodegas. Quase todas estão fora de Mendoza capital, em outro departamento chamado Luján de Cuyo mas a viagem é rápida e leva mais ou menos meia hora. Começamos o passeio em uma bodega chamada Vistandes que tem uma sede muito bonita. Conhecemos um pouco as plantações de diversas variedades de uva. Pra quem não sabe o vinho tinto mais bebido e conhecido na Argentina é o Malbec, mas essa bodega também é conhecida pelo seu Carmenere, que inclusive ganhou alguns prêmios, sendo esse o vinho mais bebido e conhecido do Chile.
No grupo haviam muitos chilenos e durante muito tempo houve muita briga por territórios entre esses 2 países. Mas no final do século XIX um argentino chamado Perito Moreno decidiu fazer a demarcação dos territórios e acabou abocanhando muito terreno para a Argentina. E bem, o tal Perito Moreno é homenageado em toda a Argentina sendo que cidades, monumentos e um famoso glaciar tem seu nome. A única exceção dessa separação pela cordilheira é a Terra do Fogo mas disso falarei em outra postagem. O negócio é que quem pensa que os argentinos odeiam aos brasileiros está muito equivocado, eles odeiam aos chilenos e principalmente por essas brigas territoriais e pela questão das Malvinas em que os chilenos ficaram do lado dos ingleses. A briga com o Brasil se resume ao futebol.
E voltando ao tema do vinho, o Carmenere é a variedade mais popular do Chile. Assim que imagine a cara dos chilenos tomando um prestigiado Carmenere argentino... Seria mais ou menos o mesmo que observar um grupo de brasileiros assistindo aos melhores gols do Maradona.
Mas voltando ao assunto das bodegas, saímos da Vistandes e visitamos mais uma bodega e a fábrica de azeite de oliva. Nas duas bodegas e na fábrica houve degustação assim que aproveitamos para provar desses produtos inclusive algumas variedades de vinho que não conhecia, como o Tempranillo. Terminamos o dia com um "asado" no albergue em que aproveitamos para conhecer os outros hóspedes que vinham de vários lugares da América do Sul e do mundo e esticamos até tarde da madrugada.
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Parece que o cavalo estava um pouco cansado... |
No dia seguinte acordamos um pouco mais tarde e durante à tarde fizemos uma cavalgada também paga no hotel que começou durante a tarde. Cavalgamos por mais ou menos 1:30 com um grupo de mais ou menos 15 pessoas por um vale um pouco afastado da cidade. Na volta do passeio chegamos à sede da fazenda aonde o pessoal devidamente trajado de gaúcho preparava um... ASADO! Outro mais! Hehehehe! Comemos muito bem e tomamos o vinho da casa. Assim que outra vez terminamos a noite bem alegres!
No dia seguinte decidimos fazer um passeio de trekking que terminava nas termas de Cacheuta. O trekking foi próximo das termas e envolveu uma caminhada de mais ou menos 3 horas com 3 paradas para fazer rapel que foi bem legal e não tinha muita dificuldade, só mesmo coragem! O calor era de matar e após terminar o trekking almoçamos em um restaurante por lá e seguimos às termas. Em Cacheuta há muitas piscinas distintas e todas com temperaturas diferentes, desde as mais quentes até normais.
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Prontos para o rapel |
Praça San Martin em Mendoza |
Em Cacheuta |
No centro há também cinco praças muito bonitas sendo que quatro formam os vértices de um quadrado que são: Chile, Espanha, Itália e San Martin e a central que é maior do que as outras é a Independencia. Vale a pena conhecer e ver que diferente do Brasil eles realmente usam as praças como uma extensão de suas casas. Outro lugar bem legal pra conhecer na cidade é o Parque San Martin que é imenso e com espaço para jogar futebol, pista de skate, pistas de caminhada e até remo pelo lago. Pelo centro não há muitas bodegas, estão quase todas mais afastadas como já mencionei. A única exceção que encontramos foi a bodega Sastre Burgos mas que valeu só pela degustação porque não havia muito para ver. Em resumo, dá pra caminhar por lugares interessantes durante um dia inteiro.
Parque San Martin |
Plaza España |
Após esses 4 dias movimentados voltamos a Neuquén com vontade de regressar uma vez mais a Mendoza no futuro. E pra coroar o final da viagem com chave de ouro ganhamos um vinho no bingo organizado no ônibus!
Mendoza - FINAL