domingo, 27 de março de 2016

Pra quem não sabe atualmente faz quatro anos que moro no sul da Argentina e pra aproveitar um feriado com a patroa decidimos ir à um lugar na fronteira entre as província de Rio Negro e Chubut chamado El Bolsón. A cidade é conhecida por ser a capital hippie e da cerveja artesanal do país e nós decidimos aproveitar um feriado e conferir. Desde Neuquén dirigimos mais ou menos 550 km de estrada em boas condições e chegamos sem dor de cabeça.

As opções de estadia na Patagônia em geral são caras e limitadas. Fizemos reserva em um local que era mais em conta mas poucos dias antes da viagem eles se comunicaram comigo para dizer que tinham um problema de água e foram obrigados a cancelar todas as reservas. Como já estávamos em cima da hora não haviam muitas opções disponíveis. Acabamos ficando em um quarto privado em um lugar que era uma mistura de albergue e chalés chamado Pehuenia que encontrei no Hostel World. Nada de especial mas servia para o mais importante: tomar banho e dormir em uma cama.


Chegamos e já no primeiro dia fomos conferir a feira da cidade. Como já imaginávamos o lugar tinha uma vibe bem hippie com bastante gente vendendo artigos como: camisetas de tie-dye, tatuagens de henna, cachimbos e também várias cervejas artesanais. Aproveitamos e caminhamos um pouco pela cidade, fomos a atenção ao turista para planejarmos o que fazer nos próximos dias e depois assistimos a uma manifestação contra os EUA já que o Obama estava em Bariloche. Cartazes como Macri Go Home e Volve CFK (volte Cristina) estavam por todos os lados. A cidade é bem bonita, muito verde e em um vale cercado por montanhas. Era fim de verão e eu fiquei imaginando como seria no inverno com as montanhas cobertas por neve. Por lá faz bastante frio e há uma estação de ski pequena chamada Perito Moreno. Imagine que no final de março durante a noite faziam 8 C.


No dia seguinte acordamos cedo e fomos ao Lago Puelo. O local é lindo, cercado por montanhas e podíamos ver neve nas mais altas. A água era transparente e beeeem fria. Entrei só até a cintura mas havia bastante gente na água, principalmente crianças. Nesses momentos eu vejo como eles estão acostumado à água mais fria e nós não! O pessoal se divertia sem muito problema! Aproveitamos também para fazer algumas trilhas: haviam 4 curtas que no total somavam mais ou menos 8km. Caminhamos por todas e terminamos à tarde em um mirante lindo de onde tiramos algumas fotos. Desde o mirante tivemos uma vista panorâmica do lago e também do lado chileno já que estávamos bem próximos da fronteira.



Vista do lago Puelo desde o mirante
Lago Puelo

Depois de passar o dia no lago voltamos à El Bolsón e fomos à um pátio cervejeiro para jantar e conhecer as cervejas locais. O local se chamava Bolsón Central e contava com muitas mesas em um lugar aberto e música ao vivo. Provamos todos os sabores da cerveja artesanal El Bolsón e o que mais gostei foi o de framboesa. Nunca gostei de bebidas doces mas a de framboesa é realmente muito boa. A Rocío não gostou muito e acabando ficando com a loira. Também provei uma de Ají, que é uma pimenta. Nem sabia que cerveja pode ser apimentada mas aprendi que sim! Rs! Infelizmente achei ruim pra caramba!



No dia seguinte decidimos fazer uma trilha até um lugar chamado Cajón del Azul. Havia que dirigir mais ou menos 15km desde a cidade e estacionar o carro próximo a entrada. Não sabíamos se conseguiríamos terminar a trilha porque eram 10 km para ir e mais 10 para voltar com muitas subidas e baixadas. O ponto positivo era que mais da metade do percurso era pelas margens de um rio assim que não havia que andar com garrafas cheias e pesadas. Demoramos mais ou menos 2:30 em cada direção quase sem parar e quando finalmente chegamos ao Cajón estávamos exaustos. Aproveitamos para comer os sanduíches que tínhamos nas mochilas e nos refrescar. E coloque refrescar nisso! Após 10 segundos na água eu tive a impressão de que meu corpo iria congelar! Rs! Mais fria do que a do lago Puelo no dia anterior. Mas de qualquer forma o lugar era lindo e a caminhada valeu muito a pena. Por lá haviam mais ou menos 20 pessoas comendo seus sanduíches e nadando: metade argentinos e a outra metade estrangeiros. Nós fizemos um roteiro de um dia pelo Cajón mas a maioria do pessoa passava vários dias acampando nos vários refugios da região. Quem se animava a caminhar uns 30km mais chegava até o Glaciar Azul. Fiquei com vontade mas faltou tempo!

Retornamos ao ponto de origem, buscamos o carro e como bom samaritano decidi dar carona a um casal que estava com o dedo. Os dois tinham pinta de gringos e conversando com eles descobri que o rapaz era brasileiro e a moça alemã. Acabamos batendo papo toda a viagem até El Bolsón.


Durante à noite saímos a jantar e fomos a um dos melhores restaurante que já fui em toda a Argentina e não era muito caro. Se chamava La Gorda e cada prato servia uma pessoa e meia. Acabamos pedindo um prato e uma entrada. E que comida deliciosa! Recomendo!


    
   Patroa pelas trilhas de Lago Puelo
Na trilha em direção ao Cajón
Mensagem animadora
Cajón del Azul



No final das contas adorei El Bolsón e me arrependi não ter ido antes. A cidade tinha uma atmosfera bem legal e com muitas opções de trilha e todas grátis. Boa cerveja e bons lugares para comer. Perfeito para quem é mais ativo ou para os querem descansar. Após comprar algumas cervejas artesanais era hora de voltar à casa!


El Bolsón - FINAL

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