sábado, 19 de dezembro de 2015

Um amigo mexicano do trabalho havia me convidado ao seu casamento em Mérida, no sul do México. Decidi aproveitar e passar duas semanas conhecendo o sul do país e uma semana em Belize. Encontrei um voo direto desde Buenos Aires (pra quem não sabe atualmente moro na Argentina) bem em conta pela Aerolineas Argentinas e embarquei nessa.

Sempre que viajo sozinho tento fazer couch surf ou ficar em um albergue para socializar. Na verdade muito mais albergue do que couch. E dessa vez não foi diferente já que em Cancún eu estaria sozinho e só encontraria meus amigos mais tarde em Mérida e Belize. Após uma pesquisa pelo Hostel World acabei escolhendo um albergue chamado Ka'beh. Como ponto positivo destaco a localização um pouco mais longe da área dos mega resorts que dominam a cidade, que na minha opinião foi algo que gostei. Além disso está bem localizado próximo a bancos, restaurantes e supermercado e todas as noites há uma feirinha de comida bem tradicional. Jantei aí praticamente todas as noites pagando mais ou menos 50 pesos mexicanos (U$3). E o mais legal é que apesar da comida mexicana ser conhecida internacionalmente o que a gente conhece na verdade é tex-mex, uma mistura de Texas e México. A variedade que existia por lá era muito maior, baratos e com boa higiene. O albergue também contava com uma área legal com computadores e redes para dormir. E quase todas as noites havia algum evento como churrasco ou competição de jenga. O ponto negativo era o preço, bem mais caro do que a média de albergues no México, custando U$7 nos quartos com 6 pessoas. Mas de qualquer maneira, nada exorbitante. 


Uma das minhas maiores preocupações ao chegar ao México era a segurança mas foi surpreendido nesse quesito. As províncias de Yucatán e Quintana Roo eram bem seguras e a presença da polícia e do exército eram bem visíveis todo o tempo. Sempre usava ônibus pra me locomover durante dia, noite e madrugada e não escutei ninguém relatar nenhum problema.


Outro ponto que me chamou a atenção é que o mexicano é muito mais americanizado do que eu imaginava. Está bem, eles tem fronteira gigante com os Estados Unidos, mas não esperava tamanha influência. Todas as grandes redes de comida, móveis, eletrônicos e etc dos EUA estão pos lá. Até no espanhol eles incorporam muito anglicanismo. Só faltou encontrar um Taco Bell por lá... No final das contas descobri que vi muito mais cultura mexicana no sul dos EUA do que em Cancún.



Playa de los delfines
Coco Bongo
Playa de los Delfines 
Mapa do sul do México

Aproveitei meus dias em Cancún para conhecer algumas praias e como mencionei sempre tomando ônibus. A que mais gostei se chama Playa de los Delfines e era o lugar perfeito para relaxar na areia e comer tacos de peixe dos vendedores ambulantes. A paisagem era da típica praia caribenha com areia branca, água azul e ondas tranquilas. E apesar de a maioria do pessoal ser estrangeiro também haviam muitos mexicanos. Não conheci as praias aonde estão os mega resortes à propósito. Nada contra mas imaginei que a maior parte do pessoal por lá estaria de lua de mel ou em grupos grandes de amigos e acabei optando por não ir.


Outro lugar que conheci foi à famosa boate Coco Bongo. A foto acima não é minha. Apesar do lugar ser bem seguro eu nunca levo celular ou câmera quando vou à festa open bar (lição que no passado aprendi na prática...). Eu havia ouvido falar do lugar por amigos que foram à Cancún e também no filme O Máscara. O lugar era bem legal: uma mega festa open bar com números musicais incríveis e todos os efeitos de fumaça que você imaginar. Tudo isso combinado com as bebidas que são servidas mais rápido do que uma pessoa normal pode tomar faz sua noite ser inesquecível. O ponto negativo é o preço que varia entre U$60 e U$90 dependendo do dia e dos espetáculos. É salgado mas acabei sendo convencido com o argumento de que não voltarei a Cancún tão cedo então era hora de aproveitar! O dia depois do Coco Bongo foi bem morto, como se pode imaginar. A ressaca não ajudava e acabei ficando de bobeira pelo albergue.


No dia seguinte fiz um passeio que reservei pelo próprio hotel para ir a Chichén Itzá com parada em um Cenote. Custou mais ou menos U$55, com tudo incluído menos a bebida do almoço. Também se vendia um pacote "vip" por U$60 com a única vantagem de incluir a bebida, mas como o tempo para comer era curto achei bem enrolação. A viagem até Chichén demorou mais ou menos 4 horas incluindo parada para almoço. Antes de visitar as ruínas fizemos uma parada na cidade colonial de Valladolid. As ruas com calçamento de pedra me fizeram lembrar um pouco Goiás Velho e Pirenópolis. Fizemos uma parada na Iglesia San Gervasio que tem quase 500 anos e na praça principal. Em seguida seguimos a Chichén Itzá.


Já visitei muitas ruínas Incas no Peru e Maias na Guatemala, mas Chichén Itzá realmente é impressionante. Não trocaria por um dia em Machu Pichu, mas o conhecimento de ciências que eles tinham, em especial astronomia, era incrível. O guia nos contou muitos fatos interessantes como a quantidade de degraus dos 4 lados das pirâmides é igual ao número de dias do ano e uma sombra de serpente se formada ao lado dos degraus nos dias de equinócio. Como faltava muito para o equinócio acabei vendo o fenômeno em fotos. O parque é razoavelmente grande e espere percorrê-lo durante mais ou menos duas horas.



Chichén Itzá
Detalhe das serpentes na pirâmide principal
Valladolid

Após percorrer Chichén regressamos a Cancún mas no caminho paramos em um cenote. Para quem não sabe os cenotes são cavernas em que há um lago formado pelos lençóis freáticos. Concordo que a definição e minha foto não deve despertar o interesse de muita gente e não faz jus a beleza do lugar. Mas os cenotes são incríveis, de água cristalina e rodeados por selva tropical. Se passar pelo sul do México não deixe de visitar ao menos um. Dizem que há mais de mil por lá.

      
     Cenote
O passeio tomou todo o dia e no dia seguinte decidi aproveitar pra mergulhar em um lugar que já conhecia por fotos: MUSA (underwater museum of art). O lugar era incrível com mais de 500 estátuas afundadas que estão a mais ou menos 10 metros de profundidade. Se pode ver de snorkel mas é muito mais legal com cilindro. As estátuas eram muito bem feitas e como estão lá já fez algum tempo tinham um toque um pouco sombrio. Após o mergulho em MUSA, que está entre Cancún e Isla Mujeres, fizemos outro mergulho em um recife próximo. Me surpreendi com a boa condição dos corais. Imaginei que estaria bem pior pelo fato do Katrina ter passado por lá mas pelo contrário. A quantidade de peixes era incrível e também vi algumas tartarugas e uma moréia.


O único ponto negativo do mergulho é que escolhi o Dive Shop errado. Todos recomendavam Scuba Diving Cancun, inclusive uma holandesa do albergue que estava fazendo o dive master com eles e adorava. Mas como eles não tinham vaga para o próximo dia acabei ficando com um dive shop chamado Solo Buceo. Eles estragaram o mergulho misturando gente certificada com não certificada. O mergulho acabou ficando nivelado pelos não certificados. Éramos 4 pessoas: 2 certificadas e 2 não. Reclamamos após o primeiro mergulho e o instrutor prestou um pouco mais de atenção no segundo. Mas de qualquer maneira não foi legal e acabou estragando a experiência. Não entendam mal, adorei o lugar mas não gostei do dive shop. Reclamei com eles quando terminamos o mergulho mas não deram muita bola. Fiz um review negativo no trip advisor e espero que surte algum resultado.

Tartaruga mergulhando
MUSA

O meu arrependimento da viagem foi ter conhecido apenas as ruínas de Chichén Itzá e não ter conhecido Tulum. Meus amigos que conheceram acabaram dizendo que apesar de não ser tão legal quanto Chichén valeu muito a pena, principalmente pela localização bem próxima à praia.


México e Belize - Parte 2

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