terça-feira, 27 de dezembro de 2016

Após dias tão legais na República Tcheca era hora de seguir viagem à Viena na Áustria. O nosso plano inicial era ir de ônibus à Viena e também à Budapeste. Muita gente que escuta falar da infra-estrutura de trens da Europa acha que é um meio de transporte barato. Mas com a chegada das linhas aéreas de baixo custo, o trem é hoje o meio de transporte mais caro da Europa. O mais barato são os ônibus, seguido das linhas aéreas de baixo custo e por último os trens. O trem é vantajoso para quem tem bagagem, já que se houver que despachar, as linhas aéreas de baixo custo cobrarão extra. E também porque as estações de trem estão no centro das cidades, enquanto os aeroportos estão mais afastados. Mas voltando a história, acabamos comprando a passagem de trem até Viena já que queríamos aproveitar a experiência. Passamos um pouco de dor de cabeça com a estação de Praga que era bem complicada mas chegamos!


A previsão do tempo dizia que seria um dia de bom clima

quinta-feira, 22 de dezembro de 2016

A Rocio e eu queríamos aproveitar duas semanas que tínhamos de folga para as festas de fim de ano enquanto estávamos em Copenhague e visitar alguns lugares próximos que ainda não conhecíamos. Não precisamos nem pensar muito e logo escolhemos começar a viagem por Praga. Já havíamos escutado muita gente falar de lá, inclusive minha irmã. E todos, sem exceção, falavam muito bem da cidade. Diziam que era muito bonita, cheia de lugares históricos e uma arquitetura gótica. Uma mistura de Europa Oriental e Ocidental e também um ótimo lugar para tomar cervejas. E após Praga o plano era seguir à Viena e Budapeste, que estão próximas. Eu esperava de Budapeste algo parecido com o que esperava de Praga, porém em uma escala menor. Já quanto à Viena, eu honestamente não tinha muita expectativa. Minha impressão é de que seria uma cidade bem aristocrática e cara.


Casa Bailarina em Praga

terça-feira, 26 de julho de 2016

O plano após conhecer Krabi era seguir até às Filipinas e essa parte da viagem envolveu um pouco mais de planejamento. Filipinas tem uma imagem um pouco parecida com a do Brasil: uma natureza deslumbrante mas muita insegurança, o que acaba por afastar os turistas. Sei que vivo na América Latina e que também não somos o exemplo de segurança mas obviamente é melhor se preparar e planejar. E eu disse um pouco parecida porque os problemas de violências que eles têm são mais graves do que os nossos. Há uma milícia comunista ativa faz muitos anos e também um movimento insurgente muçulmano no sul do país. E os organismos internacionais tem dúvidas se o novo presidente, Rodrigo Duterte, melhorará a situação do país por ter um perfil muito parecido com o de Donald Trump.

Pra quem não conhece muito da história do país eles foram uma colônia espanhola, o que fica bem claro pra quem os visita: os nomes de grande parte da população são latinos. Há muitos: Luiz, Carlos e Maria. A língua, chamada de Filipino ou Tagalo, também tem muita influência espanhola. Os números, por exemplo, são: uno, dos, tres e seguem mais ou menos assim. Mas não imagine que o seu portunhol será suficiente para conversar. O inglês é uma das línguas oficiais do país e dominado com fluência pela maior parte da população.


Mas bem, voltando a viagem, tínhamos comprado a passagem pela Air Asia saindo de Krabi bem cedinho e fazendo conexão em Kuala Lumpur, na Malásia. Já conheço Kuala Lumpur e queria aproveitar que tínhamos um tempo de espera de 12 horas para ir à cidade com a Rocio e revisitar os meus lugares favoritos. Mas infelizmente a Air Asia nos mudou o voo de maneira que tínhamos apenas 5 horas de espera em Kuala Lumpur. Pode parecer muito tempo mas como o aeroporto está há mais de 60 km do centro, e não há metrô que faz a ligação, acabamos ficando pelo aeroporto. De lá seguimos à capital de Filipinas, Manila.


Me lembro que no Quora havia lido umas conversas de viajantes discutindo qual é o pior aeroporto internacional do mundo. E os viajantes eram unânimes em escolher o aeroporto Ninoy Aquino, em Manila. Para entender a razão, além dos casos de roubo e desabamento do teto do aeroporto, ele está dividido em 4 terminais. E o problema é que os 4 não tem ligação. A única maneira de se mover de um a outro é tomar um táxi ou esperar o ônibus das linhas aéreas que passa a cada 30 minutos ou uma hora. Como tínhamos tempo suficiente tomamos o ônibus e em seguida o avião à Kalibo.



White Beach em Boracay

domingo, 17 de julho de 2016

Compramos por Air Asia, que é a maior linha aérea de baixo custo do sudeste asiático uma passagem aérea desde Chiang Mai até Koh Samui. O legal da passagem é que incluía o trecho aéreo desde Chiang Mai até Surat Thani, o ônibus do aeroporto ao pier e também o barco do pier de Surat Thani até Koh Samui. Uma dica pra quem viajar por AirAsia é pagar pela franquia de bagagem no momento de comprar a passagem já que além de não estar incluída nas linhas aéreas de baixo custo, é mais caro pagar por isso diretamente no aeroporto. Nosso objetivo final era chegar a Koh Tao mas o barco chegava tarde em Koh Samui e me pareceu melhor descansar por lá e seguir no outro dia. E se você já se cansou de ler tantas vezes "Koh", essa é a palavra tailandesa para ilha!


Apesar de Koh Samui ser também uma ilha famosa, aproveitamos muito pouco. Fizemos o check in em uma pousada próxima ao pier aonde tomaríamos o barco no dia seguinte e saímos para jantar algo tranquilo antes de dormir. No dia seguinte acordamos cedo e caminhamos um pouco pela praia antes de seguir viagem. Fizemos uma parada em Koh Phangan, que é uma ilha conhecida em todo o mundo pela festa da lua cheia, que como o próprio nome diz acontece sempre que há lua cheia e reúne turistas de todo o mundo. Como era lua minguante praticamente ninguém desceu por lá e o barco seguiu viagem até Koh Tao.



Aow Leuk em Koh Tao

sábado, 9 de julho de 2016

Existem diversos ranking que listam as cidades mais visitadas do mundo, todos com números diferentes, mas independente de qual você olhar verá que muitas cidades asiáticas encabeçam as listas. E dentre elas a mais visitada é Bangkok, que inclusive é a cidade mais visitada do mundo em alguns deles. E mais do que porta da entrada para os que querem explorar a Tailândia essa cidade tem também atividades suficientes para te manter ocupado por alguns dias. A Rocio e eu tomamos um voo pela Qatar Airways que sai de São Paulo direto à Doha e depois seguindo de lá até Bangkok. Dessa maneira os voos são mais curtos do que os que passam pela Europa. Independente das escalas as passagens são caras e vale à pena comprar com meses de antecipação. Se você conferiu quanto sai a passagem e já desanimou, não desista! Os preços no sudeste asiático, com exceção de Singapura, são muito mais baratos do que os Europeus e até do que os da América do Sul!

A Tailândia é o único país do sudeste asiático que nunca foi colônia européia o que torna a sua cultura ainda mais interessante para os turistas que vem do ocidente. O budismo é a religião principal e da qual faz parte a imensa maioria da população, apesar de que vimos muitos muçulmanos no sul do país. Outro ponto interessante para os turistas é que é o país é bastante seguro, até para os padrões europeus. Além disso os homens tratam as mulheres com muito respeito. Por essas razões é bem comuns ver muitas mulheres viajando pelo país, sozinhas ou em grupo. O país é bem liberal e as "lady boys" são facilmente vistas em quase todas as cidades. É comum ver na mesma rua um cabaré cheio de transsexuais, um templo budista e um prédio do governo, por exemplo. O clima é bem tropical e quente no verão e no inverno. Mas antes de viajar é conveniente evitar a época das chuvas, chamadas de monções que acontecem entre julho e outubro. A alta temporada são as férias de final de ano quando os turistas do hemisfério norte fogem do inverno, e inflam os preços. Como fizemos a viagem no mês de julho, haviam menos turistas e os preços estavam mais acessíveis.



Templo do Buda Dourado

domingo, 19 de junho de 2016

Já fui à Buenos Aires muitas vezes visto que moro na Argentina faz mais de 4 anos. E decidi aproveitar para falar um pouco da cidade. Já começo dizendo que Buenos Aires é minha capital favorita da América do Sul com muitas coisas para te manter ocupado durante dias. As opções de atividade, hotelaria e alimentação são muitas e com opções para todos os gostos e bolsos. Começarei dando algumas dicas da cidade e depois falando sobre as atividades mais interessantes.

ARGENTINA E BUENOS AIRES

Buenos Aires experimentou um grande crescimento no final do século XIX e começo do século XX e por conta disso muitos imigrantes europeus se instalaram no país. E apesar das incontáveis crises o país ainda tem uma classe média muito grande e uma capital culturalmente muito rica. Em Buenos Aires é comum encontrar camelôs vendendo livros nas ruas e, já até escutei, apesar de não acreditar, que há mais livrarias em Buenos Aires do que em todo o Brasil. O título de Suíça das Américas e a pungência econômica definitivamente ficaram para trás mas a vida cultural da cidade segue de vento em popa.

Caminhando por Buenos Aires você nota que grande parte da população tem sobrenomes e fisionomia típica européia, não muito diferente do sul do Brasil. Na verdade se não fosse pelo típico caos latino americano, muitos até poderiam se enganar e pensar que estão na Europa. A obsessão por conta disso é tanta que até já escutei a argentinos referindo-se a Buenos Aires como Paris Chico (Pequena Paris) e realmente a arquitetura de muitos lugares da cidade te faz lembrar um pouco o centro de Paris com seus edifícios de 5 à 7 andares. É até engraçado ao conhecer os argentinos ver que eles não se identificam como latinos mas sim como o povo mais europeu da América do Sul. Muitas vezes tive vontade de fazer algumas piadas. Mas bem, muitos brasileiros não se acham latinos por não falar espanhol...


A língua também é um ponto interessante afinal de contas eles falam espanhol ou castelhano? A discussão é longa mas a explicação mais simples é que as duas são na verdade a mesma língua, mas o argentino emprega alguns modismos ao falar, principalmente com as letras "y" e 'll'. Em outros países eles soam mais ou menos como a letra "i" em português, mas aqui ela soa como nossa "j". E o som é ainda mais marcado em Buenos Aires, quando falado pelos porteños, que é como os locais são chamados.



Casa Rosada

domingo, 27 de março de 2016

Pra quem não sabe atualmente faz quatro anos que moro no sul da Argentina e pra aproveitar um feriado com a patroa decidimos ir à um lugar na fronteira entre as província de Rio Negro e Chubut chamado El Bolsón. A cidade é conhecida por ser a capital hippie e da cerveja artesanal do país e nós decidimos aproveitar um feriado e conferir. Desde Neuquén dirigimos mais ou menos 550 km de estrada em boas condições e chegamos sem dor de cabeça.

As opções de estadia na Patagônia em geral são caras e limitadas. Fizemos reserva em um local que era mais em conta mas poucos dias antes da viagem eles se comunicaram comigo para dizer que tinham um problema de água e foram obrigados a cancelar todas as reservas. Como já estávamos em cima da hora não haviam muitas opções disponíveis. Acabamos ficando em um quarto privado em um lugar que era uma mistura de albergue e chalés chamado Pehuenia que encontrei no Hostel World. Nada de especial mas servia para o mais importante: tomar banho e dormir em uma cama.


Chegamos e já no primeiro dia fomos conferir a feira da cidade. Como já imaginávamos o lugar tinha uma vibe bem hippie com bastante gente vendendo artigos como: camisetas de tie-dye, tatuagens de henna, cachimbos e também várias cervejas artesanais. Aproveitamos e caminhamos um pouco pela cidade, fomos a atenção ao turista para planejarmos o que fazer nos próximos dias e depois assistimos a uma manifestação contra os EUA já que o Obama estava em Bariloche. Cartazes como Macri Go Home e Volve CFK (volte Cristina) estavam por todos os lados. A cidade é bem bonita, muito verde e em um vale cercado por montanhas. Era fim de verão e eu fiquei imaginando como seria no inverno com as montanhas cobertas por neve. Por lá faz bastante frio e há uma estação de ski pequena chamada Perito Moreno. Imagine que no final de março durante a noite faziam 8 C.


No dia seguinte acordamos cedo e fomos ao Lago Puelo. O local é lindo, cercado por montanhas e podíamos ver neve nas mais altas. A água era transparente e beeeem fria. Entrei só até a cintura mas havia bastante gente na água, principalmente crianças. Nesses momentos eu vejo como eles estão acostumado à água mais fria e nós não! O pessoal se divertia sem muito problema! Aproveitamos também para fazer algumas trilhas: haviam 4 curtas que no total somavam mais ou menos 8km. Caminhamos por todas e terminamos à tarde em um mirante lindo de onde tiramos algumas fotos. Desde o mirante tivemos uma vista panorâmica do lago e também do lado chileno já que estávamos bem próximos da fronteira.



Vista do lago Puelo desde o mirante

segunda-feira, 1 de fevereiro de 2016

Após 3 semanas havia chegado a hora de me despedir de Mohammad, que viajou comigo por toda a Índia, e seguir viagem ao Sri Lanka. No taxi ao aeroporto outra vez o taxista veio com a conversa de sempre de que quando havíamos combinado o preço da corrida ele havia se enganado e me passado um preço mais barato e de que o preço na verdade era mais caro. Eu também usei a mesma tática de sempre - dizia que sim pra não correr o risco de ser largado no meio da estrada e ao chegar pegava a mochila, lhe pagava e saía rapidamente enquanto o taxista ficava reclamando sozinho. O meu amigo também teve o mesmo azar, mas no caso dele o taxista não queria entregar sua mochila. Ele me contou que acabou virando um bate boca feio que só acabou quando ele ameaçou chamar a polícia. Nessas horas eu sempre lembro o que um amigo me dizia de que é melhor confiar no diabo do que em um taxista...

Antes de falar da viagem queria comentar um pouco à respeito do Sri Lanka. Devido a localização próxima ao sudeste da Índia, eles falam a mesma língua, tâmil, e tem a culinária muito parecida com Chennai. A guerra civil terminou em 2009 após o governo vencer os Tigres da Libertação Tamil. E apesar do país estar pacificado ainda há bastante presença militar no norte. Não conheci essa parte do país mas o que escutei é que convém evitar. E apesar da paz a opinião geral é de que o governo se excedeu na guerra contra os Tigres. O Sri Lanka foi um dos países mais afetados pelo tsunami em 2004 e isso ainda é bem visível nas vilas mais pobres próximas, aonde muitas vezes lhes faltam coisas básicas como luz.


Comprei uma passagem pela Jet Air, que é a maior linha aérea low cost da Índia e para pagar mais barato acabei pegando todas as conexões possíveis e passei todo o dia viajando.Cheguei ao albergue em Colombo, capital do Sri Lanka, sem problemas tomando um taxi do lado de fora do aeroporto já que os do lado de dentro era muito mais caros. O aeroporto Bandaranaike fica há 20 km de Colombo assim que espere pagar mais ou menos U$20 na corrida. Acabei ficando no Hitchhike Backpackers, que recomendo bastante e fica na zona de Mount Lavinia, que escutei ser o local com as praias mais limpas da cidade, porém nada impressionantes.


No albergue conheci um pessoal bem bacana e saíamos juntos pra conhecer a cidade e comer. Comi bastante curry com peixe e como de praxe, sempre com as mãos. A bebida tradicional é o Arak, que já vi em muitos outros países, mas assim como na Índia vi que a população em geral quase não consome álcool. O que me impressionou era que o país logo de cara já me pareceu muito organizado comparado a Índia. Logo no primeiro dia eu vi algo que nunca havia visto na Índia: coleta de lixo! E além disso também achei a população muito mais amistosa. Como dizia um rapaz que conheci no albergue: Sri Lanka é uma versão mais adocicada da Índia.


Praia em Colombo

segunda-feira, 25 de janeiro de 2016

Após aproveitar os nossos últimos dias em Nova Delhi seguimos viagem à Goa. Para quem não sabe Goa foi colônia portuguesa até 1961. O interessante é que a Índia já era independente da Inglaterra desde 1947. A principal razão que me levou a Goa foi a curiosidade em ver a influência portuguesa em um lugar tão inimaginável quanto a Índia. E a segunda razão foi aproveitar as praias mais famosas do país. Depois de alguns dias no caos das metrópoles indianas, seria bom ter uns dias de sossego!

Provei o Uber em Delhi, sugestão de alguns amigos, e vi que o serviço não só era muito bom como também muito mais barato que o táxi normal. Na Índia o Uber me pareceu ainda mais interessante porque até as corridas de taxi funcionavam na base da barganha. Além disso a minha experiência diz que é melhor confiar no diabo do que em um taxista... Na chegada ao aeroporto me deparei com uma quantidade de militares incrível. A segurança era grande e acabava atrasando os passageiros que tinham que passar por detectores de metal até para entrar no aeroporto, sem contar com as revistas no check-in. A razão era a comemoração do dia da Independência em 26 de janeiro. Além disso, vale a pena destacar que as relações diplomáticas entre a Índia e quase todos os seus vizinhos nunca foi muito amistosa. A relação com o Paquistão é a mais complicada, mas nem de longe a única assim.


Chegamos em Goa e vi que a atmosfera do lugar era completamente distinta das grandes cidades indianas: bastante natureza, clima muito mais tropical e mais vegetação. Tomamos um táxi tabelado até a praia aonde ficaríamos: Calangute, próxima da mais movimentada Anjuna. Realmente escolher aonde ficar em Goa foi uma decisão difícil. As praias mais movimentadas ficam no meio do estado e as mais tranquilas ao norte. Minha idéia era combinar um pouco dos dois e por isso escolhi Calangute. Chegando lá eu me surpreendi com a nacionalidade dos turistas estrangeiros: 90% eram russos! Reza a lenda que um site russo bastante influente elegeu as praias de Goa como o melhor custo/benefício para os russos. Existem muitos voos diretos desde Moscou e outras cidades russas até Goa e quase todos os restaurantes tem menus em russo.



Pôr do sol em Goa

sexta-feira, 22 de janeiro de 2016

No dia seguinte acordamos cedo e pegamos a estrada desde Jaipur até Agra no estado de Uttar Pradesh. O cartão postal da Índia e um dos lugares mais esperados da viagem fica lá: o Taj Mahal.

Chegamos em Agra depois do almoço após mais uma viagem emocionante cheia de ultrapassagens incríveis e um barulho constante de buzinas. Durante essa viagem eu entendi o papel das buzinas na Índia. No Brasil, e em grande parte do mundo, o significado da buzina é que você cometeu uma falha no trânsito: virou sem dar seta, fechou alguém ou algo do tipo. Na Índia não! O papel da buzina é avisar que você está próximo do outro carro. Ninguém se ofende com a buzina. E outro fato engraçado era ver as frases de caminhão da Índia: a maioria pedia que as pessoas buzinem se estão próximas. E outra bastante comum pedia para que os motoristas tenham os faróis ligados todo o tempo. Mas por um erro de grafia alguns escreviam "diper" ao invés de "dipper". Pra quem não entendeu "diper" quer dizer fralda! Demorei bastante tempo pra entender porque muitos caminhoneiros pediam para que as pessoas usem fraldas...


Antes de seguir falando à respeito dos pontos turísticos quero abrir um parênteses para dois pontos importantes. O primeiro é a poluição e a sujeira em geral. As ruas são absurdamente sujas. Delhi não está tão mal, mas Jaipur e Agra eram incrivelmente sujas. Em Agra haviam pilhas de mais de um metro de lixo nas calçadas. E aí as crianças se divertiam brincando no lixo junto com as vacas no meio da cidade. A poluição do ar também era incrível. O outro ponto é a diferença de classes e castas. Os hindus acreditam que você nasce em uma determinada casta e deveria ser boa pessoa para reencarnar em uma classe melhor. Se você não foi boa pessoa reencarnará como um dalit ou intocável. Essas é a classe responsável por limpar os esgotos e cuidar do lixo. Isso já não é mais respaldado pela legislação local porém ainda visível em todas as cidades que estive com exceção de Delhi.


Antes de visitar o Taj decidimos ir ao outro cartão postal de Agra, Agra Fort. A idéia era conhecê-lo primeiro e depois visitar um dos pontos mais interessantes da viagem durante duas horas que culminariam com o pôr do sol - o Taj Mahal. A idéia foi boa e Agra Fort era bem interessante: um forte gigantesco construído no século XIV, ápice do império mongol. Saímos de lá, fizemos o check in no hotel, comemos qualquer coisa e seguimos ao Taj Mahal. No Taj, assim como em todos os monumentos da Índia, haviam preços diferentes para estrangeiros e locais. Mas lá os locais pagam 20 rupias (U$0,30) enquanto estrangeiros pagam 750 rupias (U$12)!! Concordo que U$12 é mais barato do que se paga pra visitar o Cristo Redentor ou as Cataratas mas a diferença entre estrangeiros e locais era incrível. De qualquer maneira entramos ao Taj e a vista era simplesmente inesquecível. Creio que a única vez que tive uma sensação assim foi ao subir Machu Pichu e olhar de frente aquilo que já havia visto tantas e tantas vezes em revistas e internet.


Estivemos no Taj por quase duas horas e tiramos muitas fotos. Pra quem não sabe o Taj não é um palácio, mas sim um mausoléu. Toda aquela estrutura magnífica e gigantesca de mármore branco é feita para abrigar dois túmulos. Foi construído pelo imperador mongol Shah Jahan para a sua esposa favorita, que foi enterrada lá junto com ele. Reza a lenda que eram mais de mil esposas e que muitas vezes Jahan dormia com as mulheres dos seus generais para mostrar o seu poder. Um ponto interessante é que as paredes do Taj são decoradas com escrituras em árabe. Acabei aprendendo através do meu amigo Mohammad que viajava comigo que eram todos frases do Alcorão. Foi interessante ver a influência do islã na Índia principalmente no apogeu do império mongol, que foi justamente a época em que foram construídos os principais monumentos da Índia.


Taj Mahal

domingo, 17 de janeiro de 2016

Sempre tive interesse por conhecer a Índia e quando fui convidado ao casamento de um amigo hindu decidi aproveitar a oportunidade. O casamento seria a situação perfeita para conhecer bem a cultura local e decidi esticar a viagem por 3 semanas mais pelo país e depois uma semana no Sri Lanka.

As opiniões de amigos que já estiveram na Índia eram as mais diferentes: alguns se encantaram pela cultura e ficaram mais de 6 meses, outros detestaram a higiene e terminaram sua viagem muito antes do planejado. Por via das dúvidas acabei planejando a viagem muito melhor do que geralmente faço, quando compro a passagem e um Lonely Planet no aeroporto pra planejar "tudo" durante o voo. Fiz o planejamento com um amigo que encontraria por lá e que viajaríamos juntos por essas três semanas: reservamos hotéis e alguns passeios e compramos as passagens de trem com algumas semanas de antecipação. Dica importante: é muito conveniente comprar passagens de trem com semanas de antecipação, principalmente para viagens durante à noite para não ficar com as piores classes que não tem cama.

Lago Pushkar

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