segunda-feira, 25 de janeiro de 2016

Após aproveitar os nossos últimos dias em Nova Delhi seguimos viagem à Goa. Para quem não sabe Goa foi colônia portuguesa até 1961. O interessante é que a Índia já era independente da Inglaterra desde 1947. A principal razão que me levou a Goa foi a curiosidade em ver a influência portuguesa em um lugar tão inimaginável quanto a Índia. E a segunda razão foi aproveitar as praias mais famosas do país. Depois de alguns dias no caos das metrópoles indianas, seria bom ter uns dias de sossego!

Provei o Uber em Delhi, sugestão de alguns amigos, e vi que o serviço não só era muito bom como também muito mais barato que o táxi normal. Na Índia o Uber me pareceu ainda mais interessante porque até as corridas de taxi funcionavam na base da barganha. Além disso a minha experiência diz que é melhor confiar no diabo do que em um taxista... Na chegada ao aeroporto me deparei com uma quantidade de militares incrível. A segurança era grande e acabava atrasando os passageiros que tinham que passar por detectores de metal até para entrar no aeroporto, sem contar com as revistas no check-in. A razão era a comemoração do dia da Independência em 26 de janeiro. Além disso, vale a pena destacar que as relações diplomáticas entre a Índia e quase todos os seus vizinhos nunca foi muito amistosa. A relação com o Paquistão é a mais complicada, mas nem de longe a única assim.


Chegamos em Goa e vi que a atmosfera do lugar era completamente distinta das grandes cidades indianas: bastante natureza, clima muito mais tropical e mais vegetação. Tomamos um táxi tabelado até a praia aonde ficaríamos: Calangute, próxima da mais movimentada Anjuna. Realmente escolher aonde ficar em Goa foi uma decisão difícil. As praias mais movimentadas ficam no meio do estado e as mais tranquilas ao norte. Minha idéia era combinar um pouco dos dois e por isso escolhi Calangute. Chegando lá eu me surpreendi com a nacionalidade dos turistas estrangeiros: 90% eram russos! Reza a lenda que um site russo bastante influente elegeu as praias de Goa como o melhor custo/benefício para os russos. Existem muitos voos diretos desde Moscou e outras cidades russas até Goa e quase todos os restaurantes tem menus em russo.



Pôr do sol em Goa

sexta-feira, 22 de janeiro de 2016

No dia seguinte acordamos cedo e pegamos a estrada desde Jaipur até Agra no estado de Uttar Pradesh. O cartão postal da Índia e um dos lugares mais esperados da viagem fica lá: o Taj Mahal.

Chegamos em Agra depois do almoço após mais uma viagem emocionante cheia de ultrapassagens incríveis e um barulho constante de buzinas. Durante essa viagem eu entendi o papel das buzinas na Índia. No Brasil, e em grande parte do mundo, o significado da buzina é que você cometeu uma falha no trânsito: virou sem dar seta, fechou alguém ou algo do tipo. Na Índia não! O papel da buzina é avisar que você está próximo do outro carro. Ninguém se ofende com a buzina. E outro fato engraçado era ver as frases de caminhão da Índia: a maioria pedia que as pessoas buzinem se estão próximas. E outra bastante comum pedia para que os motoristas tenham os faróis ligados todo o tempo. Mas por um erro de grafia alguns escreviam "diper" ao invés de "dipper". Pra quem não entendeu "diper" quer dizer fralda! Demorei bastante tempo pra entender porque muitos caminhoneiros pediam para que as pessoas usem fraldas...


Antes de seguir falando à respeito dos pontos turísticos quero abrir um parênteses para dois pontos importantes. O primeiro é a poluição e a sujeira em geral. As ruas são absurdamente sujas. Delhi não está tão mal, mas Jaipur e Agra eram incrivelmente sujas. Em Agra haviam pilhas de mais de um metro de lixo nas calçadas. E aí as crianças se divertiam brincando no lixo junto com as vacas no meio da cidade. A poluição do ar também era incrível. O outro ponto é a diferença de classes e castas. Os hindus acreditam que você nasce em uma determinada casta e deveria ser boa pessoa para reencarnar em uma classe melhor. Se você não foi boa pessoa reencarnará como um dalit ou intocável. Essas é a classe responsável por limpar os esgotos e cuidar do lixo. Isso já não é mais respaldado pela legislação local porém ainda visível em todas as cidades que estive com exceção de Delhi.


Antes de visitar o Taj decidimos ir ao outro cartão postal de Agra, Agra Fort. A idéia era conhecê-lo primeiro e depois visitar um dos pontos mais interessantes da viagem durante duas horas que culminariam com o pôr do sol - o Taj Mahal. A idéia foi boa e Agra Fort era bem interessante: um forte gigantesco construído no século XIV, ápice do império mongol. Saímos de lá, fizemos o check in no hotel, comemos qualquer coisa e seguimos ao Taj Mahal. No Taj, assim como em todos os monumentos da Índia, haviam preços diferentes para estrangeiros e locais. Mas lá os locais pagam 20 rupias (U$0,30) enquanto estrangeiros pagam 750 rupias (U$12)!! Concordo que U$12 é mais barato do que se paga pra visitar o Cristo Redentor ou as Cataratas mas a diferença entre estrangeiros e locais era incrível. De qualquer maneira entramos ao Taj e a vista era simplesmente inesquecível. Creio que a única vez que tive uma sensação assim foi ao subir Machu Pichu e olhar de frente aquilo que já havia visto tantas e tantas vezes em revistas e internet.


Estivemos no Taj por quase duas horas e tiramos muitas fotos. Pra quem não sabe o Taj não é um palácio, mas sim um mausoléu. Toda aquela estrutura magnífica e gigantesca de mármore branco é feita para abrigar dois túmulos. Foi construído pelo imperador mongol Shah Jahan para a sua esposa favorita, que foi enterrada lá junto com ele. Reza a lenda que eram mais de mil esposas e que muitas vezes Jahan dormia com as mulheres dos seus generais para mostrar o seu poder. Um ponto interessante é que as paredes do Taj são decoradas com escrituras em árabe. Acabei aprendendo através do meu amigo Mohammad que viajava comigo que eram todos frases do Alcorão. Foi interessante ver a influência do islã na Índia principalmente no apogeu do império mongol, que foi justamente a época em que foram construídos os principais monumentos da Índia.


Taj Mahal

domingo, 17 de janeiro de 2016

Sempre tive interesse por conhecer a Índia e quando fui convidado ao casamento de um amigo hindu decidi aproveitar a oportunidade. O casamento seria a situação perfeita para conhecer bem a cultura local e decidi esticar a viagem por 3 semanas mais pelo país e depois uma semana no Sri Lanka.

As opiniões de amigos que já estiveram na Índia eram as mais diferentes: alguns se encantaram pela cultura e ficaram mais de 6 meses, outros detestaram a higiene e terminaram sua viagem muito antes do planejado. Por via das dúvidas acabei planejando a viagem muito melhor do que geralmente faço, quando compro a passagem e um Lonely Planet no aeroporto pra planejar "tudo" durante o voo. Fiz o planejamento com um amigo que encontraria por lá e que viajaríamos juntos por essas três semanas: reservamos hotéis e alguns passeios e compramos as passagens de trem com algumas semanas de antecipação. Dica importante: é muito conveniente comprar passagens de trem com semanas de antecipação, principalmente para viagens durante à noite para não ficar com as piores classes que não tem cama.

Lago Pushkar

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