domingo, 4 de março de 2012

Decidi aproveitar uma folga meio que inesperada para viajar com um amigo ao Uruguai. Eu estava no sul da Argentina e peguei um voo para Buenos Aires aonde o encontraria. O plano era no mesmo dia comprar a passagem de barco desde Buenos Aires até Colonia del Sacramento mas infelizmente meu voo atrasou muito e acabei chegando em Buenos Aires à noite. Como não haviam mais barcos nesse horário decidimos atrasar a viagem para o dia seguinte. E fomos obrigados à aproveitar a noite em Buenos Aires... Enquanto tomávamos umas cervejas em Palermo nos entregaram uns flyers de uma boate chamada Hype. Acabamos indo sem muita expectativa pensando em tomar um fernet, que é o drink tradicional dos argentinos, e voltar ao albergue que havíamos reservado. Fernet vai, fernet vem e acabamos chegando ao albergue de manhã! Dormimos umas duas horas, tomamos café no albergue (e descobrimos que era um só com hóspedes de Israel) e seguimos ao terminal aonde saem os barcos, chamados Buque Bus. Dica para quem planeja usar esse serviço: compre a passagem com antecedência! Nós compramos na hora da viagem e pagamos muito mais caro do que o pessoal que comprou antecipado. E outra maneira de economizar é se tiver tempo viajar de barco até Colônia e depois seguir de ônibus até Montevidéu.

O barco demorou mais ou menos 1 hora de Buenos Aires à Colonia e como só teríamos um dia pra conhecer a cidade fizemos o check in rapidamente, deixamos as mochilas, e fomos conhecer o centro histórico da cidade. Colônia me fez lembrar muito as cidades históricas de Goiás, como Pirenópolis, com suas ruas calçadas com pedra e edifícios históricos. E o legal é que a cidade conseguiu manter essa atmosfera histórica e seu charme intacto. A cidade já pertenceu muitas vezes em períodos alternados à Espanha e Portugal e traços da influência portuguesa são muito claros na arquitetura do centro histórico da cidade. E um fato curioso que aprendi por lá (acho que o dia dessa aula eu dormi na escola) é que o lado oriental do Uruguai, incluindo Colônia, já pertenceu ao Brasil por alguns anos e foi chamado de província Cisplatina.



Centro histórico de Colonia del Sacramento
Uruguaios orgulhosos de seu bi-mundial
Jogando xadrez em Colonia
Atmosfera de Colonia
Aproveitamos pra percorrer todo o centro histórico da cidade, o que pode ser feito em algumas horas. Recomendo subir o farol pra ter a melhor vista panorâmica da cidade. Passamos pela rua dos suspiros, vimos os locais se banhando e pescando nas águas do Rio da Prata e passamos pela Puerta de la Ciudadela. O centro histórico é bem legal e acho que um dia é tempo suficiente pra conhecer a cidade. Durante à noite saímos a procurar alguns bares e não sei se era pela época mas apesar de haver algumas opções todos os lugares estavam vazios.


No dia seguinte despertamos cedo tomamos café e seguimos à rodoviária para tomar um ônibus à Punta del Este. A idéia era ver se todo o hype que há, principalmente na Argentina aonde a chamam de Ibiza da América do Sul, à respeito da cidade é merecido ou não. A viagem de ônibus foi bem legal, principalmente pela paisagem com seus exuberantes campos bem verdes. Acabamos tomando dois ônibus: um que seguiu até Montevidéu e outro que seguiu de lá até Punta. Devido à troca de ônibus a viagem total acabou demorando quase 6 horas.

Chegamos em Punta del Este e nos hospedamos em um albergue chamado El Viajero. O albergue está bem localizado. Caminhamos desde à rodoviária até lá e o achamos sem problema. Outra coisa legal do albergue era que há uma área comum bem ampla para o pessoal se socializar. Metade do albergue eram brasileiros (e metade do turismo na cidade também...) mas acabamos fazendo amizade com um argentino que estava viajando sozinho e acabou ficando nosso parceiro de ir às praias durante o dia e festas durante à noite.

Escultura Los Dedos em Punta del Este
Canoa Quebrada em Punta del Este?
Aproveitamos para conhecer às praias de Punta, principalmente a Playa Brava, que era a que estava mais próxima da gente. E lá é aonde está o cartão postal da cidade que é a escultura chamada Los Dedos. Conhecemos também o centro da cidade e passamos pelo cassino e pela Casapueblo. Creio que o maior arrependimento da viagem é não ter entrado em Casapueblo. Ficou pra próxima. A rotina em Punta era a de praia durante o dia e boates e bares à noite só terminando às 6 ou 7 da manhã, prontos para tomar o café e dormir. E assim seguiram todos os dias e noite e comprovamos que o hype é verdadeiro. As festas eram bem divertidas e acabamos passando quase todas às noites em um pub/balada chamado Moby Dick. O lado negativo eram os preços bem altos. O lugar era bem turístico e reunia muitos brasileiros, argentinos, paraguaios e alguns uruguaios, estadunidenses e europeus. O planos era ficar um ou dois dias em Punta e depois seguir à Montevidéu, mas embalados pelas noites de festa acabamos ficando 4!

Após esses dias em Punta seguimos à Montevidéu para conhecer a capital do país. A viagem era curta e esse seria nosso último destino no Uruguai. Ficamos no albergue Che Lagarto e apesar do lugar ser legal, com uma área comum grande, bar e tudo mais a recepcionista foi a pessoa mais insuportável que conhecemos em toda a viagem. Demorou mais de 1 hora pra fazer o check-in e depois de toda essa espera disse que não tinha troco e sem o dinheiro exato não poderíamos fazer o check-in. A conta a pagar em pesos uruguaios convertida era U$32 e tínhamos U$40. Reclamamos que isso não era nosso problema e a atendente começou a gritar dizendo que iria chamar a polícia. Infernal! Meu amigo acabou gritando mais alto e ela meio que amoleceu mas ficou com aquela cara de poucos amigos que se pode imaginar... Mas deixando isso de lado saímos à percorrer o centro da cidade e digo que de maneira geral Montevidéu não me impressionou. É a maior cidade do país mas os atrativos são poucos. Descobri que o que me gostou do Uruguai não eram suas cidades mas sim seu povo e sua natureza. Caminhamos pela Plaza Independencia que ficava ao lado do albergue e vimos a estátua de Artigas, passamos pelo Teatro Solis, que infelizmente estava fechado, e caminhamos também pela beira-mar. O que mais gostei foi o churrasco no Mercado del Puerto que além de muito bom era bem tradicional e em conta se comparado com alguma churrascaria.



Parrilla no Mercado del Puerto
Teatro Solis
Essa semana no Uruguai foi bem legal e além de conhecer lugares muito legais pude aprender muito sobre a cultura deles. O mais interessante que achei foi à proximidade cultural que eles tem com os argentinos e com o sul do Brasil. Não largam o seu inseparável mate assim como os argentinos e os gaúchos com seu chimarrão. Seus campos são uma extensão dos gaúchos. E além disso são extremamente bairristas assim como os argentinos e os brasileiros do sul. Apesar da língua, que nem é assim tão diferente da nossa, são muito mais parecidos conosco do que eu imaginava.

Uruguai - Colônia, Punta del Este e Montevidéu - FINAL

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