sábado, 9 de julho de 2016

Existem diversos ranking que listam as cidades mais visitadas do mundo, todos com números diferentes, mas independente de qual você olhar verá que muitas cidades asiáticas encabeçam as listas. E dentre elas a mais visitada é Bangkok, que inclusive é a cidade mais visitada do mundo em alguns deles. E mais do que porta da entrada para os que querem explorar a Tailândia essa cidade tem também atividades suficientes para te manter ocupado por alguns dias. A Rocio e eu tomamos um voo pela Qatar Airways que sai de São Paulo direto à Doha e depois seguindo de lá até Bangkok. Dessa maneira os voos são mais curtos do que os que passam pela Europa. Independente das escalas as passagens são caras e vale à pena comprar com meses de antecipação. Se você conferiu quanto sai a passagem e já desanimou, não desista! Os preços no sudeste asiático, com exceção de Singapura, são muito mais baratos do que os Europeus e até do que os da América do Sul!

A Tailândia é o único país do sudeste asiático que nunca foi colônia européia o que torna a sua cultura ainda mais interessante para os turistas que vem do ocidente. O budismo é a religião principal e da qual faz parte a imensa maioria da população, apesar de que vimos muitos muçulmanos no sul do país. Outro ponto interessante para os turistas é que é o país é bastante seguro, até para os padrões europeus. Além disso os homens tratam as mulheres com muito respeito. Por essas razões é bem comuns ver muitas mulheres viajando pelo país, sozinhas ou em grupo. O país é bem liberal e as "lady boys" são facilmente vistas em quase todas as cidades. É comum ver na mesma rua um cabaré cheio de transsexuais, um templo budista e um prédio do governo, por exemplo. O clima é bem tropical e quente no verão e no inverno. Mas antes de viajar é conveniente evitar a época das chuvas, chamadas de monções que acontecem entre julho e outubro. A alta temporada são as férias de final de ano quando os turistas do hemisfério norte fogem do inverno, e inflam os preços. Como fizemos a viagem no mês de julho, haviam menos turistas e os preços estavam mais acessíveis.



Templo do Buda Dourado
Wat phrakaew
Wat Pho

Mas voltando à viagem, chegamos ao aeroporto Suvarnabhumi de Bangkok por volta da hora do almoço e tomamos o metrô até o albergue que havíamos reservado. Apesar de que o metrô chega ao aeroporto a malha é curta e não cobre grande parte da cidade. Como já era minha segunda vez em Bangkok decidi escolher um albergue que ficasse próximo à uma estação de metrô e também próximo ao rio Chao Phraya que corta a cidade de norte a sul. E já explico a razão: o trânsito em Bangkok é caótico e o simples exercício de cruzar uma rua ou tomar um tuk tuk para percorrer alguns kilômetros na hora de pico é um exercício de paciência. Mas pelo rio há barcos que fazem o transporte público. E as estações da linha de barco estão próximas as principais atrações turísticas da cidade. 

Outro ponto importante é que uma das maneiras mais comuns de se deslocar é usando o tuk tuk, que é uma moto com cabine para passageiros. Em teoria todos deveriam ter taxímetro mas eles simplesmente se negam a usá-lo com os turistas, o que faz com que as corridas saiam caras. Acabamos nos hospedando no albergue Everyday Bangkok que está a um quarteirão da estação Samyan do metrô e 20 minutos da estação de barco mais próxima. O albergue conta com habitações para dividir ou para casais. Chegamos à saída da estação de metrô e caía uma chuva torrencial que foi um aviso de que a época das monções estava começando! Aproveitamos para comer no shopping que estava na estação e ao chegar ao hotel descobrimos que estávamos fuzilados. A combinação de mudança de fuso horário com o pouco que descansamos no avião nos matou e acabamos dormindo por volta das 17h e acordando às 05:00!

No dia seguinte já revigorados decidimos começar o roteiro turístico da cidade. Tomamos o café da manhã e seguimos de barco até a estação Tian Pier para ir ao Wat Pho. Wat em tailandês é templo. Antes de seguir quero avisar principalmente às mulheres que em qualquer templo é obrigatório ter roupa que cobre ombros e joelhos. O calor é forte e as mulheres geralmente usam uma calça confortável e uma espécia de cachecol para tapar os ombos que pode ser guardado na bolsa após sair. Um detalhe legal é que os taxistas nos viram, com cara de turistas obviamente, procurando a entrada do templo e logo nos disseram que Wat Pho estava fechado e somente abriria à tarde e nos ofereceram levar a outro lugar. Já havíamos sido avisados que isso sempre acontece. Negamos a oferta e chegamos a entrada do templo que estava perfeitamente aberto. Wat Pho é um conjunto de templos budistas aonde estão várias pagodas e estátuas de buda mas a principal atração é uma estátua gigante de mais de 40m de um buda deitado. A entrada custa 100baht (mais ou menos U$2,50) e vale muito à pena. Os templos são lindos com a arquitetura típica que te coloca no clima da região. Funciona também no local uma escola para crianças.


De boas no tuk tuk

Após mais ou menos 2 horas em Wat Pho aproveitamos para comer e conhecer a culinária local antes de seguir ao próximo templo. E essa é, na minha opinião, uma das partes mais interessantes da Tailândia: sua culinária. Os tailandeses adoram comer nas barraquinhas que estão nas ruas e seus preços são bem acessíveis. Com U$2 ou U$3 você pode fazer uma refeição. A comida em geral leva muitas verduras e um tipo de macarrão bem fino chamado noodle. A carne é quase sempre frango, pato ou porco e quase tudo é frito. Apesar de conhecida por ser extremamente apimentada, nos lugares mais turísticos a dificuldade é encontrar algo picante porque o nível de pimenta foi rebaixado para os turistas. Para começar sugiro provar o Pad Thai e a sopa Tom Yum. De maneira geral higiene não é um problema, mas abra o olho para alguns lugares mais afastados das redes de água.


Após almoçar seguimos ao templo que está ao lado de Wat Pho chamado de Wat Phrakaew ou Templo do Buda de Esmeralda - entrada 400 baht (U$12). Nesse templo também há várias pagodas, sendo muitas douradas e uma réplica de Angkor Wat. Mas o chamariz é a estátua do Buda de Esmeralda, que apesar de ser verde escuro não é de esmeralda. Mas na minha opinião não pareceu tão imponente quanta às outras já que no alto de seus 60cm fica difícil competir com o Buda de Wat Pho com mais de 40m... Mas vale à pena conhecer a estátua do Buda de Esmeralda para entender que sua importância tem a ver com sua história. Com o mesmo ingresso você pode entrar também no Grand Palace, que está no mesmo complexo e é incrivelmente espetacular e recheado com fotos da monarquia tailandesa. A arquitetura destoa um pouco, seguindo mais para o lado inglês. Dica, o melhor horário para ir é durante a manhã porque a quantidade de turistas também é espetacular! 


Queríamos tentar no mesmo dia ir ao Templo do Amanhecer ou Wat Arun, que fica do outro lado do rio, mas vimos que estava em reformas. Ficamos sem entrar e nos contentamos com a vista do lado de fora. Passamos também pela famosa rua dos mochileiros, Khao San Road. Aproveitamos para comer por aí e dar uma olhada na incrível quantidade de produtos e bugigangas vendidos nas barraquinhas.



Throne Hall
Com a ponte Rama VII ao fundo

No dia seguinte fomos um pouco mais ao norte da cidade e começamos passando por Chinatown. Não nos pareceu muito interessante e logo seguimos ao Templo do Buda Dourado. Subimos às escadarias para conhecer a estátua e assistimos aos monges budistas fazendo suas orações. O complexo é bem pequeno, ao contrário dos que vimos no dia anterior. Em seguida passamos pela Estátua de King Chula e seguimos ao Throne Hall. O edifício é uma mistura de arquitetura tailandesa e européia e na verdade o que mais gostei foram os templos dourados com estátuas de elefantes que estavam do lado de fora. 


Após tanta caminhada a fome bateu forte e acabamos comendo em um restaurante próximo. Terminamos o dia caminhando pelos mercados que estavam próximos aonde se vendia de tudo: cobras, tartarugas, galinhas e todo tipo de tempero que possa imaginar.

Voltamos ao hotel para buscar as mochilas e seguir em direção à estação de trem aonde já tínhamos a passagem comprada para ir a Chiang Mai. Quando ainda estava planejando a viagem me pareceu bem interessante fazer esse percurso em um trem cama mas não consegui comprá-la no site oficial da empresa de trem. O site não era completamente traduzido e mesmo depois de vencer essa parte eles não aceitaram o meu cartão. Acabei comprando por um site chamado 12Go.Asia e recomendo já que o serviço foi bom e me pareceu a melhor maneira de comprá-lo com antecipação. Eles cobram 10% a mais do que o preço oficial e seu escritório é próximo à estação. A viagem foi ótima e bem tranquila. Acabamos dormindo bem. A única dica é levar comida que apesar de ser servida no trem, é paga à parte e seu preço é um pouco salgado.

Para quem não conhece Chiang Mai é uma das maiores cidades do país e, na minha opinião, é bastante visitada por ser uma cidade bem tradicional refletindo muito bem a alma do país: cheia de templos, atividades culturais, preços acessíveis e muita natureza. Dentre as atividades mais comuns estão os passeios com elefante, cursos de tailandês e cursos de culinária, que apesar de não ter feito fiquei com muita vontade. Nos cursos de culinária mais completos que duram todo o dia eles te levam ao mercado comprar os ingredientes antes de começar a cozinhar. Próximo a Ching Mai está também Chiang Rai (parece que faltou um pouco de criatividade para escolher os nomes das cidades) que não visitamos, mas aonde está o famoso Wat Rong Khun, ou templo branco.


Chegamos a Chiang Mai por volta das 07:00 e logo subimos em um táxi direção ao nosso albergue, chamado Hug. A Rocio tinha muita vontade de fazer algum passeio com elefantes mas quando chegamos ao albergue quase todos os grupos já tinham saído. E eu disse quase! Restava um que estava atrasado e conseguimos nos juntar a eles. Não tivemos nem tempo de fazer o check-in. Deixamos as malas na recepção e embarcamos em uma caminhonete em direção ao Into the Wild Elephant Camp. O passeio custou 1300 baht (U$38) com almoço incluído.



Todo o grupo dando banho no filhote
Into the Wild Elephant Camp

O trajeto durou mais ou menos 1 hora e o único problema era que como havia chovido muito a caminhonete não conseguia chegar até o parque nem mesmo com 4x4, então tivemos que percorrer o último quilômetro caminhando. Não me entendam mal, adoro caminhadas e trilhas. Mas imagine a condição da estrada se nem mesmo a caminhonete com 4x4 chegava! Foi um festival de escorregões e ninguém do grupo se salvou!

No parque haviam 3 elefantes: duas fêmeas adultas e um filhote. O guia nos deu uma rápida explicação à respeito dos hábitos dos elefantes, mencionou inclusive que os adultos chegam a comer mais de 200 kg por dia, e logo nos deu umas bolsas com comida para alimentá-los. E assim que os elefantes cheiravam a comida eles já vinham na sua direção. O animal é completamente dócil mas quando aquele bicho gigante de várias toneladas veio caminhando na minha direção a primeira coisa que pensei era o que aconteceria se ele pisasse no meu pé. Levou um tempo para conseguir relaxar! As atividades foram dar comida aos elefantes, esfregar uma espécie de remédio natural em sua pele que fabricamos nós mesmos depois de moer tamarindo e outras plantas no pilão, e depois limpá-los no rio.

O passeio foi bastante legal e o único ponto negativo foi que com a chuva que caiu o terreno se transformou em um imenso lamaçal. Algo engraçado que aconteceu é que quando estávamos esfregando o tal remédio na pele dos elefantes na piscina de lama um dos adultos começou a fazer xixi! Mas não é um xixi normal! Se o bicho come 200kg por dia, você pode imaginar a vazão daquela mijada! Foi como abrir uma mangueira dos bombeiros e deixá-la aberta por mais ou menos 2 minutos! Rs! Fácil imaginar que todos saíram da tal piscina de lama e correram para o rio.


A atividade durou praticamente todo o dia e quando voltamos à Chiang Mai não tivemos tempo de fazer muita coisa além de jantar na feira próxima ao albergue. A Rocio decidiu prova a sopa Tom Yum e apesar de que eu havia dito mais acima de que é difícil encontrar algo que seja bem apimentado, esse prato estava incrivelmente picante! Conseguimos terminá-lo com a ajuda de muita água comprada no Seven Eleven! Aliás, não havia mencionado mas o melhor amigo dos turistas na Tailândia são os mercadinhos Seven Eleven, que estão em todas as esquinas e aonde você pode encontrar quase tudo que necessita.



Trem de Bangkok a Chiang Mai
Um dos muitos templos de Chiang Mai
No museu de arte 3D
Outra mais do museu

No dia seguinte, seguimos decidimos seguir o conselho de uma amiga e tomar um tuk tuk até o 3D Art Museum aonde a entrada nos custou 400 baht (U$11). Eu nunca havia visitado nenhum, mas a idéia do lugar é que eles fazem pinturas no chão e nas paredes de tal maneira que criam uma sensação de profundidade. Quem olha as fotos acabam pensando que esses objetos realmente estão lá!


Saímos do museu e decidimos caminhar um pouco pela parte mais histórica da cidade, e passar por alguns templos, mas sem entrar em nenhum. Aproveitamos também para almoçar e trocar dinheiro antes de seguir a Koh Tao. Mas isso já fica para o próximo capítulo.


Tailândia e Filipinas - Parte 2 - Koh Tao e Krabi

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