quinta-feira, 20 de abril de 2017

Acordamos e seguimos viagem em direção ao vulcão Krafla para fazer uma trilha. No caminho, passamos pela estação geradora de energia geotermal. Durante a subida, havia uma van na nossa frente, que não conseguiu subir devido à neve e ao gelo e começou a descer, lentamente, vindo em nossa direção. Fiquei um pouco preocupado e comecei a descer em marcha ré e tentando sair da direção. O motorista, rapidamente, resolveu o problema, mas acabamos ficando preocupados. Decidimos estacionar o carro em um lugar próximo e terminar a subida caminhando.


Trilha para o vulcão Hverfell, passando por Dimmuborgir


Chegando ao cume do Krafla, havia tanta neve que as trilhas estavam fechadas. Ficamos decepcionados, mas fazer o quê? Enquanto curtíamos a vista da cratera do vulcão, chegaram umas pessoas - um pouco mais preparadas que nós - trazendo seus skis. Aproveitamos para conferi-las esquiar dentro da cratera do vulcão. Surreal!

Após assisti-las, voltamos ao lago Myvatn e fizemos algumas trilhas pela região. A mais legal foi ao vulcão Hverfell. Há duas trilhas que levam ao seu cume. Uma fácil - com menos inclinação, porém mais longa - e outra difícil. Escolhemos a difícil e o último trecho foi, realmente, pesado. A inclinação era bem pronunciada  e nos custou um pouco. Desde o cume, vimos a cratera do vulcão e também toda a região de Dimmuborgir. De acordo com as lendas Islandesas, lá vivem os treze irmãos que encarnam a figura do Papai Noel na cultura islandesa. Eles são bem bagunceiros e filhos de dois trolls. Durante o natal, as crianças colocam os sapatos na janela. Dentro dos sapatos dos que se comportam bem estão presentes, já dos que se comportam mal há uma batata! E alguns dias antes do natal, os irmãos vão nadar nas águas termais de Myvatn Nature Baths.


Vulcão Krafla

Myvatn

No cume do Hverfell

No dia seguinte, acordamos cedo, pois teríamos de dirigir muito. Algo que eu não mencionei é que passamos por várias locações onde foi filmada a série Game of Thrones, inclusive o vulcão Hverfell, do dia anterior. A próxima locação que conferimos, foi a caverna onde Jon Snow e Ygritte têm uma tórrida cena de amor, chamada Grjotagja. A caverna é bem pequena e fazia bastante frio, -6° C. Mas, a água lá dentro é termal e está a 46° C. Depois de passar pelo local reassistí à cena no Youtube  e vi que o lado de fora da caverna era exatamente igual, mas o lado de dentro foi bem alterado na série.

Nosso roteiro pelo Norte da Islândia

Nosso roteiro pelo Norte e Oeste da Islândia

Seguimos viagem e paramos em Godafoss. Como já deu para notar, Foss é cachoeira em Islandês, mas Godafoss não é a maior delas. O nome vem da época da conversão dos islandeses ao cristianismo, quando as estátuas pagãs eram jogadas nessa cachoeira. Bem impressionante o visual da cachoeira com muita neve.


Cachoeira Godafoss

Em seguida, paramos em Glaumbær, que é um museu com as típicas casinhas com relva no telhado. O museu era, muito bem, recomendado pelo Trip Advisor para entender como os islandeses viviam antigamente antes, da calefação à gás e outras modernidades. Porém, ao contrário do que dizia o site, o museu estava fechado para o dia. Então, apenas vimos as casas do lado de fora.


Glaumbær

A próxima parada foi na linda Akureyri. Achei até engraçada, pois essa é a segunda maior cidade da Islândia com uma população de 18 mil habitantes (rs!). Os outdoors diziam "Akureyri - a capital do Norte da Islândia". A cidade era bem bonita e aproveitamos para caminhar um pouco e tirar algumas fotos.


Igreja de Akureyri

O destino final do dia foi Borgarnes. A cidade também é linda, com casas coloridas e à beira-mar. Aproveitamos para conhecer The Settlement Center, atração número #1 no Trip Advisor. O museu era bem legal e custou 2500 coroas islandesas (U$ 24) por pessoa. Havia duas exposições, uma sobre a colonização da Islândia e outra das sagas, que são as epopeias vividas pelos heróis islandeses.

No albergue em que ficamos, Englendingavík, havia para nossa surpresa uma jacuzzi e relaxamos um pouco por lá até por volta das 21h. Todos os dias, religiosamente, eu pesquisava, usando vários apps distintos, as chances de ver a aurora boreal durante a noite. Praticamente em todas as noites anteriores, as chances eram quase zero, já que estava sempre nevando ou chovendo. Para ver a aurora, além de altas latitudes é necessário céu limpo, sem nuvens, já que a atividade solar está acima das nuvens. Também é necessários se afastar de qualquer poluição luminosa, por isso o mais longe de cidades, melhor. Essa noite, deveríamos ter céu limpo. Então, depois de relaxar na jacuzzi, decidimos dirigir até uma região com boas chances de vê-la. Recomendo usar o site Icelandic Met Office.

Dirigimos cerca de 40 km, procurando um lugar (bem) afastado e sem nuvens. Por mais estranho que pareça, a noite escurecia bem mais tarde do que os aplicativos de tempo diziam. Decidimos retornar por volta da meia noite, depois de quase 2h esperando. Porém, durante a metade do caminho de volta, a Rocio a viu. Estacionei o carro em um lugar longe da estrada principal e, nesse momento, vi o fenômeno natural mais incrível da minha vida! Eu já tinha assistido à aurora no Norte da Finlândia, mas essa foi muito mais forte. Vimos a aurora boreal nas cores verde, azul, roxa e branca. Em um momento, ela ficou gigante e branca e começou a dançar. Minha irmã é uma ótima fotógrafa, além de ter uma boa câmera, e tirou várias fotos. De qualquer forma, mesmo assim, eu digo que as fotos não fazem jus ao que vimos. Realmente, inacreditável! Só vendo para entender a nossa alegria, gritando como crianças no meio do nada!


A incrível aurora
Outra foto incrível da aurora

Dormimos após passar por essa experiência incrível e despertamos para o nosso último dia completo pela Islândia. Se tivéssemos um dia a mais, eu gostaria ter ido à região mais Noroeste da Islândia, chamada Vestfirðir (Fiordes do Oeste), que como o próprio nome diz, tem vários fiordes. Mas, devido ao tempo curto e por já ter visto os fiordes no Leste do país, fomos à península de SnæfellsnesPassamos por vários lugares interessantes, como cachoeiras congeladas e fizemos algumas trilhas. Os lugares que mais gostei, foram o farol de Stykkishólmur e a trilha de 2,5 km entre Hellnar e Arnarstapi, com muitos despenhadeiros à beira mar. Tentamos ir à geleira Snæfellsjökull, mas a estrada estava fechada. Essa geleira é conhecida, pois foi mencionada por Julio Verne no livro A Viagem ao Centro da Terra. Entramos, brevemente, em Snaefellsjoekull National Park, mas já era hora de seguir viagem à Reykjavík, já que tínhamos o voo de volta, no dia seguinte, bem cedinho.


Igreja em Saudárkrokur
Paisagem da trilha entre Hellnar e Arnarstapi

Essa viagem pela Islândia foi incrível e adorei o país. Sem dúvida irei voltar! A natureza é impressionante e eu que adoro tudo relativo a frio e neve, me senti no paraíso. Até a próxima, Islândia!

Islândia - Final

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