sábado, 6 de março de 2010

Combinei com dois amigos da faculdade, o Johnny e o Berton, uma viagem pelo Peru, Chile e também pela Argentina. Na verdade eles planejaram e eu acabei entrando de gaiato nos 45 minutos do segundo tempo. Inicialmente confesso que tive um pouco de dúvida pois alguns anos atrás eu havia feito uma viagem parecida pela Bolívia, Peru e Chile. E digo parecida porque logo que vi os detalhes, apesar dos países em comum, praticamente todos os lugares seriam novidade. Uma exceção seria Machu Pichu, porém voltar lá não seria nenhum problema, pelo contrário. O Johnny e o Berton esticariam a viagem até o Uruguai, porém minhas férias mais curtas me forçavam a cortar a viagem antes, ainda na Argentina. Poucos dias após topar, voei à Lima, no Peru. Os 2 haviam chegado um dia antes porém eu voei depois por conta da formatura da faculdade de minha irmã. E logo no dia do voo li no jornal à respeito de um terremoto no Chile que havia atingido Santiago, um dos destinos da viagem, mas segui sem nem pensar duas vezes, afinal de contas meus amigos já estavam lá. Eles, aliás, ficaram sabendo do terremoto já depois de começar a viagem.


Pelo centro de Lima

Cheguei em Lima e me surpreendi com a paisagem ainda do avião. A vista é bem seca, quase um deserto mesmo. Peguei um táxi e encontrei meus amigos no shopping Larcomar, no bairro de Miraflores, próximo ao albergue Flying Dog onde nos hospedamos. Para quem for à Lima, o bairro Miraflores é o mais turístico e uma ótima opção para hospedagem. Segui ao albergue para deixar minha mochila e logo voltamos à região do Larcomar para explorar um pouco a cidade. Nesse dia extra que eles haviam perambulado pela cidade, já conheceram algumas coisas e logo fomos à um restaurante, chamado Rustica, almoçar e tomar a primeira de muitas Cusqueñas da viagem. O restaurante aliás, era um buffet livre e tinha vários tipos de ceviche, que nunca havia provado antes. Ótima maneira de se começar uma viagem.



Restaurante Rustica

Estivemos em Lima por poucos dias porém aproveitamos bastante a cidade. Nossa rotina consistia em perambular pela cidade durante o dia e os bares próximos ao albergue durante à noite. Durante o dia pegamos um daqueles ônibus turísticos para conhecer os pontos mais interessante e paramos por vários lugares. Exploramos o Parque de las Aguas, que havia sido inaugurado havia pouco e até nos molhamos um pouco. Descobri também que há ruínas incas no meio da cidade. Isso mesmo! Fomos à Huaca Pucllana que ocupa uma quarteirão inteiro em Miraflores e conhecemos o lugar. O lugar é interessante mas confesso que nesse momento eu estava com uma dor de barriga tão forte  por algo que não havia me caído bem da noite anterior que mal pude aproveitar! Rs! Tive que correr ao banheiro mais próximo que mal tinha papel. Tive que pedir aos meu amigos por sms comprar mais papel higiênico. Gastar roaming internacional para uma situação como essa...



Huaca Pucllana
Outra de Huaca Pucllana

Conhecemos também a parte da cidade onde fica o governo e o centro financeiro e caminhamos vários horas por lá. Me surpreendi com a região que pareceu ser bem limpa. Tiramos várias fotos em frente ao congresso, que é branco e bem bonito a também nas Praças Itália e San Martin. Chegamos inclusive a entrar no Congresso, o que foi bem engraçado, pois estávamos os três de bermuda e não queriam nos deixar entrar, mas acabou que dando um jeitinho latino americano entramos assim mesmo e conhecemos todas as dependências com direito à guia gratuita. Passamos também pela Bolsa de Valores e pela Catedral de Lima.



Pelo centro de Cusco

Após dias tão legais na nova capital, era hora de seguir à antiga capital da época dos incas, Cusco! Eu a conheci durante a viagem que eu comentei, feita 5 anos atrás, porém naquela época estava muito quebrado e agora com um pouco menos de aperto daria para aproveitá-la de outra maneira. E teríamos que aproveitar a cidade mesmo pois devido às fortes chuvas do mês, algumas estradas que passam pelas encostas das montanhas de Machu Pichu desmoronaram e vários turistas ficaram isolados no parque e tiveram que ser resgatados de helicóptero. O Berton principalmente ficou muito desanimado pois umas das principais razões da viagem pra ele era Machu Pichu. O Johnny até levou mais numa boa porém todos ficamos um pouco decepcionados com a situação. Mas fazer o quê? O negócio era aproveitar Cusco e região que também tem muitas outras ruínas Incas, igrejas da época colonial e boates bem legais em volta da praça principal, chamada Plaza de Armas.



Vista de Cusco

Voamos de Lima à Cusco e mesmo ainda não aclimatados aos 3400 metros de altitude, saímos de nossa hospedagem, que também era um Flying Dog, e fomos percorrer a cidade. Aliás, nada melhor para aclimatar do que as tradicionais folhas de coca! Qualquer passeio por Cusco começa obrigatoriamente pela Plaza de Armas e segue a partir de lá. Ao redor da própria praça estão duas igrejas históricas bem importantes que são a Catedral de Cusco e a Igreja da Companhia de Jesus. As duas igrejas são imponentes tanto do lado de fora quanto do lado de dentro, mostrando o poderio do espanhóis na época das grandes conquistas e são passeios obrigatórios para quem está pela cidade, sendo que um complementa o outro. O altar da Companhia, aliás, é foto obrigatória. As duas igrejas cobram entrada.


E falando em imperdível, Cusco é conhecida com a capital arqueológica da América do Sul e esse título não é à toa. Antiga capital do império Inca, fundada no século XIII e depois conquistada pelos espanhóis durante o século XVI, a cidade mantém intacta sua arquitetura e os contrastes de duas culturas tão diferentes. Contrastes esses que podem ser observados por toda a cidade, principalmente em seus muros de pedra. Cusco respira História e não à toa grande parte da economia da cidade é ligada ao turismo. Para percorrer as ruínas incas, são vendidos boletos turísticos que incluem pacotes de determinadas ruínas, visto que são muitas, 16 incluindo os museus. Apesar de adorar ruínas, nem somando as duas vezes que fui à Cusco consegui ver todas pois acaba ficando bem pesado. Nada contra os amantes de História mas acho que o melhor é escolher as mais interessantes e ir aproveitando 2 dias. Minhas preferidas foram Ollantaytambo e Saqsayhuamán. Um ponto importante é ir com um guia. Claro que você pode comprar o boleto turístico e ir às ruínas próximas da cidade de táxi, como eu fiz na primeira vez que fui à Cusco. Porém sem um guia que te conte a História do local, as ruínas não passam de um monte de pedras. Vale o investimento. Nós pegamos um ônibus turístico que facilitou a vida pois além de guia também incluía todo o transporte. E o engraçado é que a cada 200 metros subia um flautista e tocava aquelas típicas músicas andinas. "El condor pasa...."



Uma das ruínas do Valle Sagrado
Mastigando folhas de coca

Aproveitamos para conhecer também as Ilhas Flutuantes de Uros, no Lago Titicaca, que é o lago mais alto do mundo. A viagem foi longa, cerca de 400 km e 8 horas de estrada até Puno, porém acabamos encaixando já que não fomos à Machu Pichu. Chegando lá tomamos um barco e fomos ver como vivem as pessoas que habitam essas ilhas flutuantes junto a grupo de turistas. As ilhas são formados por uma espécie de junco que flutua. O que me desanimou um pouco é que essas pessoas hoje vivem em torno do turismo e acredito que na realidade nem moram mais nas ilhas, apenas passam seus dias por lá para agradar aos turistas. O passeio de barco também foi legal e acabamos fazendo amizade com uma galera. Ficamos na parte aberta do barco e acho que pela altitude do lago, queimamos pra caramba mesmo com o mormaço.


Foi legal conhecer as ilhas porém o bate-e-volta foi bem cansativo. Detalhe importante é que compramos ônibus leito para ir e voltar a Puno. Na ida viajamos no leito sem problemas. Porém na volta, esperamos o tal leito na rodoviária de Puno e nada dele aparecer. Ao perguntar descobrimos que não existia leito (apesar de termos pagado), apenas o ônibus convencional. Subimos meio contrariados mas não havia outra opção visto que já era noite e não queríamos dormir uma noite lá. E durante a volta, no meio da madrugada, o ônibus foi parado pela polícia, que aparentemente prendeu dois passageiros e ao chegar a Cusco descobrimos que haviam roubado o óculos do Berto. E o pior é que roubaram o óculos de grau dele! Rs! Não era nem óculos escuro!


Locais em Uros
Cerimônia próxima a Uros. Os chapéus denotam a hierarquia de cada um.

Após esses dias explorando Cusco decidimos aproveitar nossa última noite pela cidade com chave de ouro e fomos à algumas boates na Plaza de Armas. Boate vai, boate vem e acabamos entrando em uma que tinha uma promoção de Mojito. Acho que eu nunca havia provado essa bebida antes e engatei vários até perder as contas. O Berton voltou ao albergue antes e eu e o Johnny meio que rastejamos de volta bem mais tarde. O Berton havia levado a chave e por isso tivemos que bater na porta do quarto, já que dividiamos os 3. Acordamos todo o albergue de tanto bater na porta e nada do Berto abrir! Foi tanta reclamação dos outros hóspedes que o dono acabou nos dando outro quarto. E se já foi difícil entrar no quarto, sair cedo para ir ao aeroporto e voar à Santiago foi ainda mais difícil com tanto álcool naquele sangue. Mas bem, o universo ajuda os bêbados e chegamos são e salvos a tempo de pegar nosso voo com destino a Santiago.



A onipresente Inca Kola e sua cor radioativa
Em algum momento da balada. Sem mojito mas com cerveja.

Peru, Chile e Argentina - Parte 2 - Santiago, Mendoza e Buenos Aires

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