domingo, 14 de março de 2010

Chegamos são e salvos a Santiago e como eu havia comentado no início do capítulo anterior, um terremoto havia atingido a cidade na véspera da viagem e alguns dias antes de nossa chegada à cidade. As marcas podiam ser vistas desde o aeroporto da cidade que tinha algumas áreas isoladas e paredes visivelmente rachadas. O aeroporto na verdade estava funcionando em tendas improvisadas mesmo. Pegamos um táxi e fomos até nosso hotel que era na verdade uma espécia de hospedagem bem simples com café da manhã no centro da cidade pra gente que ir à Santiago trabalhar. Como não poderia deixar de ser logo começamos a explorar a cidade e minha primeira impressão foi a de como uma tragédia como esse terremoto uniu o país: cartazes de Fuerza Chile eram vistos de todos os lados.


A união após o terremoto

Para iniciar nossas andanças pela cidade compramos a passagem de um daqueles ônibus de turismo que você pode subir e descer quantas vezes quiser e que passa pelos pontos mais conhecidos da cidade e foi bem legal. Descemos em praticamente todas as paradas e gostamos bastante do que vimos. Santiago pode não ser tão cosmopolita quanto São Paulo, nem tão charmosa quanto Buenos Aires, mas é de longe a capital Sul americana mais limpa e segura que conheci. Como justamente nessa época o Chile estava comemorando seu bicentenário, haviam muitas exposições legais.

Começamos pela Plaza de Armas, onde está a Catedral Metropolitana de Santiago. É interessante ver o contraste entre essa igreja, que data do século XVIII, com os edifícios espelhados ao redor. Passamos também pela Plaza de la Constitución onde está o Palácio de la Moneda, sede do Executivo Chileno, onde havia uma exposição das famosas estátuas dos Guerreiros de Terracota, da China. Haviam mais de 100, que permaneceram intactas mesmo com o terremoto. Falando do executivo, um detalhe interessante do Chile é que apesar do executivo ficar em Santiago, o congresso e o senado ficam em Valparaíso. Mas voltando a viagem, caminhamos bastante pela região que é muito bonita e tem vários outros pontos turísticos como a Biblioteca Nacional e vários museus. Entramos também no Mercado Municipal, que é especializado em frutos do mar.


Catedral Metropolitana refletida
Exposição dos guerreiros de Terracota na Casa de la Moneda

De lá seguimos a um dos meus lugares favoritos da cidade que é a Colina de San Cristóbal. Você pode chegar lá caminhando, de teleférico ou funicular e vale a pena pela vista, que é incrível do alto de seus 860 metros. Há também cafés, várias lojinhas e até um zoológico. O lugar é ideal para caminhar sem pressa e esquecer um pouco da pressa da metrópole abaixo. Em seguida passamos também pelo que chamam de Sanhattan, que é o centro financeiro de Santiago.


Vista de San Cristóbal
Os três com Santiago ao fundo

E se de dia nós conhecíamos as atrações turísticas de Santiago, à noite nós aproveitávamos para conhecer a noite. E confesso que nesse quesito a noite deixou a desejar. Nada comparado a Mendoza ou Buenos Aires, que conheceríamos logo adiante. De qualquer maneira, aproveitávamos para tomar bastante vinho por Bellavista e passar também por um dos meus fast foods favoritos, o Doggis, que até onde eu sei só existe no Chile e tem como prato chefe o cachorro quente com abacate.


Doggis

Aproveitamos também para fazer um passeio de um dia em um ônibus de turismo por Viña del Mar, Valparaíso e Reñaca, que estão há aproximadamente duas horas de Santiago. Viña e Valparaíso tem um contraste muito grande apesar de estar coladas uma a outra. Enquanto Viña é mais nova e moderna, Valparaíso é mais histórica. Já a menos conhecida Reñaca tem a praia mais bonita das três. Começamos por Valparaíso, onde caminhamos bastante pelo Cerro Belavista, com sua belíssima arte de rua que pra ficar mais legal ainda tem vista para o porto. Conhecemos também La Sebastiana, que foi uma das casas do poeta Pablo Neruda. Em Viña conhecemos o Museu Fonck, onde há um moai da Ilha de Páscoa, e caminhamos pela Avenida San Martin desde o Reloj de Flores até a Armada de Chile passando pelo Muelle Vergara e chegando a Reñaca. Bastante para um dia!


Reloj de Flores em Viña del Mar
Moai do Museo Fonck

Após conhecer Santiago e essas charmosas cidades do entorno, pegamos um ônibus noturno e fizemos outro bate-e-volta, dessa vez à Mendoza, na Argentina. O caminho por si só é muito impressionante, e apesar de termos ido durante a noite, aproveitamos para voltar durante o dia para poder admirá-lo, visto que você está atravessando os Andes e a estrada é tão sinuosa e inclinada quanto possível sendo chamada de Los Caracoles.

Mendoza foi legal pra caramba e aproveitamos para seguir o mesmo ritmo de viagem dos destinos anteriores. Explorávamos as cidades durante os dias e os bares durante a noite. E Mendoza, que tem uma importante cultura de sair à noite, fez tudo mais legal. Passamos apenas um dia e uma noite por lá então passeamos pelas praças e pelo parque San Martin e aproveitamos para comer e beber. Descrevi bastante o que fazer pela cidade aqui nesse capítulo, em uma viagem mais longa por Mendoza. Durante a volta, como mencionei, aproveitamos para curtir a vista da estrada, e que vista. A tensão dos passageiros era visível, mas foi tudo tranquilo e logo estávamos de volta em Santiago.


Los Caracoles

Em nosso último dia em Santiago, acabamos trocando a hospedagem em que estávamos por um albergue no bairro mais boêmio da cidade, Bellavista, e pela região ficamos durante nossa última noite, tomando vinho e comendo alguma coisa. Acabamos escolhendo esse albergue segundo a dica de um brasileiro que conhecemos em Santiago que recomendou bastante. No final das contas nem deveríamos ter reservado pois precisávamos apenas de um lugar para depositar as malas pois praticamente não dormiríamos. Mas bem, voltando a noitada, retornamos ao albergue já ébrios e meio tarde apesar de termos um voo cedo e por conta do terremoto de uma semana atrás, nos recomendaram sair ainda mais cedo. Acordei após uma ou duas horas de sono, coloquei meus óculos e chamei o táxi. Detalhe importante é que nessas poucas horas de sono houve réplicas do terremoto de alguns dias atrás, mas nem isso me acordou. O Berton, estava muito bravo porque não achava os óculos dele. Lembrando que no capítulo anterior eu mencionei que os óculos dele foram roubados no ônibus de Puno à Cusco. Pois bem, ele compro outros em Santiago e aparentemente os havia perdido outra vez, então imaginem o bom humor do rapaz. Como não tínhamos muito tempo, ele teve que ir conosco meio contrariado. Eu estava enxergando as coisas meio embaçadas mas até aí tudo bem porque eu tinha colocado a culpa no vinho, mas quando o Johnny olhou pra mim em um lugar mais iluminado ele se deu conta de que eu estava com os óculos do Berton! Rs! Ao menos o voo estava atrasado e lá fui eu tomar um táxi de volta ao albergue e outra de volta ao aeroporto. Ao menos achei meus óculos, apesar de ter ficado com um buraco na carteira.


Porto de Valparaíso

Chegamos no aeroporto de Ezeiza em Buenos Aires, e fomos procurar um táxi para ir ao centro procurar um alojamento, visto que ainda não tínhamos nenhuma reserva e nesse momento cometemos um erro iniciante de viajante: aceitamos a corrida do taxista que nos abordou no aeroporto. Não tínhamos dinheiro e o bom samaritano nos acompanhou até o caixa para sacar. Já no centro, o Johnny o pagou e ele disse que o Johnny havia pago a menos e logo mostrou as notas que realmente eram menos. O Johnny achou que tinha se confundido e pagou o quanto faltava. Mas depois já fora do táxi, conferiu a carteira e viu que o taxista tinha trocado a noite sem a gente perceber. Esse golpe é bem conhecido por lá e tem até nome: cambiazo!

Com os três mal humorados, fomos procurar hotel e por conta da temporada não havia praticamente nada disponível. Tentamos uns 5 ou 6 lugares até achar um que tinha vaga por um dia para no dia seguinte ter que ir a outro. Faz parte! O que não podíamos era deixar esse mal humor contaminar o dia e logo fomos curtir a cidade. Passamos dois dias muito legais em Buenos Aires, percorrendo o Mercado de San TelmoCemitério de Recoleta, ObeliscoCasa Rosada, Puerto Madero onde havia uma competição de bicicletas tunadas e muito mais. Aproveitamos também para curtir duas noites pelos bares de Palermo. Não vou entrar muito nos detalhes do que se fazer por Buenos Aires pois já escrevi um capítulo inteiro sobre essa cidade que eu adoro aqui. Como mencionei, foram dois ótimos dias por Buenos Aires, que apesar de curtos eu voltaria muitas e muitas vezes. Até me casei por lá! Rs! Mas chegava a hora de voltar pois as minhas férias acabavam e meus amigos continuariam até o Uruguai. Hasta Luego!


Casa Rosada, sede do executivo Argentino
Puerto Madero em Buenos Aires
Tratem bem os turistas

E pra fechar a viagem com chave de ouro descobrimos que todas as fotos que batemos durante a viagem foram em modo VGA. Ê laiá....

Peru, Chile e Argentina - Final

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