quarta-feira, 21 de setembro de 2011

Meu amigo Johnny e eu decidimos aproveitar as férias e viajar para a Colômbia e o Panamá. Encontramos umas passagens em conta em uma agência de viagem que trabalha com a empresa aonde ele trabalha e compramos os bilhetes São Paulo à Bogotá retornando desde Cidade do Panamá à São Paulo. Sabíamos bem por quais cidade queríamos passar, o que não sabíamos era como cruzar a fronteira da Colômbia ao Panamá. Mas disso falaremos mais adiante.

Chegamos ao aeroporto Eldorado em Bogotá e decidimos pegar um ônibus coletivo até o albergue. Caminhamos um pouco até a parada de coletivo que fica do lado de fora do aeroporto e chegamos sem problemas apesar do trânsito caótico e do ônibus lotado. Bogotá não tem metrô mas recém havia sido inaugurado um serviço de coletivos chamado Transmilenio que segue os moldes do sistema que se tornou conhecido em Curitiba e hoje se encontra em muitas outras cidades com linhas exclusivas para ônibus e cobrança nas estações. O albergue que escolhemos se chamava The Cranky Croc e o escolhemos no Hostel World devido às boas avaliações e a boa localização no bairro da Candelária próximo ao centro histórico.


Creio que muita gente se preocupa muito ao viajar à Colômbia pelo histórico de tráfico de drogas e violência mas o que me surpreendeu é que Bogotá me pareceu muito mais segura do que a maioria das capitais brasileiras com gente caminhando tranquilamente pelas ruas à noite. Óbvio que há alguns anos as coisas não era assim mas a política de enfrentamento do governo surgiu efeito e hoje em dia as FARC apesar de seguir na ativa são muito menores e apertadas na zona rural do país, longe das grandes cidades.



Plaza Bolívar em Bogotá
Plaza Bolívar em Bogotá
Começamos a percorrer Bogotá pelo seu centro histórico no bairro da Candelária que tem aspecto de América Espanhola colonial com suas praças gigantes e ruas estreitas, muitas abertas somente para pedestres. Nesse bairro estão os edifícios do governo e muitas igrejas históricas. Começamos exatamente pela Plaza de Bolívar aonde estão o capitólio, o palácio de justiça, uma escola jesuíta e a Catedral. Caminhamos pela praça, entramos na Catedral que foi bem interessante e depois seguimos em direção aos edifícios do governo. O presidente se encontrava no capitólio e por isso a segurança estava reforçada. Como tínhamos mochila fomos revistados duas vezes mas com a cara de turista que tínhamos éramos logo liberados.

Após percorrer a zona e tirar algumas fotos decidimos conhecer alguns museus e o legal era que todos eram gratuitos. Os que mais gostei foram os de Botero, que está ao lado da Casa de Moneda e o Museo del Oro, que está ao lado do Parque Santander. O Museo Botero tem um acervo gigantesco do artista e também obras de outras artistas que faziam parte de sua coleção. Pra quem não conhece Botero sugiro procurar por informação na Wikipedia. E no Museu del Oro há muitas peças históricas feitas em ouro que contam um pouco da história da Colômbia.



Museo Botero em Bogotá
Museo del Oro em Bogotá
Outro lugar bem legal que conhecemos durante nossos dias em Bogotá foi o Cerro Montserrat que te dá uma vista panorâmica da cidade e você pode chegar através de um funicular. Durante à noite conhecemos à Zona T ou Zona Rosa acompanhados de uma amiga do trabalho que estava transferida na Colômbia. Nesse bairro estão os bares e boates da cidade. Sem dúvida o nosso lugar favorito foi o restaurante Andres Carne de Res que apesar de ter restaurante no nome tem mais pinta de balada com os garçons dançando música caribenha ao máximo volume. A comida é espetacular mas os preços são um pouco salgados.


Gostei bastante da visita à Bogotá e apesar de não ser minha capital favorita da América do Sul o passeio ajudou à quebrar alguns preconceitos que tinha do lugar. E após alguns dias na capital decidimos seguir à Cartagena de Índias. A Colômbia é um país bem montanhoso (e com infra-estrutura precária parecida com a brasileira) o que faz com que os tempos de viagem de carro sejam muito demorados e por isso acabamos voando desde Bogotá até Cartagena. Ao chegar o primeiro impacto foi a diferença do clima. Saímos de uma cidade mais alta com clima mais ameno para outra muito mais tropical. E o segundo impacto foi trocar uma capital cosmopolita e cinza por uma cidade caribenha cheia de cores.

Também pelo Hostel World escolhemos um albergue chamado Chill House que fica dentro da parte murada da cidade, no casco histórico. Acabamos conhecendo um pessoal bem legal por lá, inclusive um casal de brasileiros que veio pedalando desde Santa Catarina. E por alguma razão do destino esse albergue era ocupado por um público 80% feminino! Mas fica uma dica pra quem se animar a ficar no mesmo albergue: há opções de quartos com e sem ar condicionado. Nos sem ar condicionado a única maneira de dormir à noite é com as portas e janelas todas abertas devido ao calor mas a música dos bares próximos e shows na praça em frente não param até altas horas da madrugada. A única opção é beber bastante para não se importar com a música alta! A oferta de bares é grande assim que não deveria ser nenhum problema...

Centro Histórico Cartagena
Museo Naval
Centro Histórico Cartagena

Com amigos e a onipresente Cerveza Aguila no bar do Tonhão
Frequentamos tanto os bares próximos ao albergue que os garçons já nos conheciam e inclusive nos alertou uma vez que vieram nos pedir dinheiro de que era um golpe. Os dias e noites em Cartagena foram bem descontraídos e não tinham hora pra acabar. Além dos bares normais, como toda cidade caribenha que se preza há muitos bares de salsa com rum, mojito e tudo mais.


Os museus também são bem legais e recomendo o Museo Naval, que inclusive aparece no jogo Uncharted 3 :), aonde estão réplicas de muitos navios que remetem à séculos passados aonde a importância da cidade foi muito maior do que hoje funcionando como parada de navios e em um momento até como país independente dos espanhóis, chamado de Estado Libre de Cartagena. Mas como se pode imaginar os espanhóis não gostaram muito e em poucos meses retomaram a cidade. Outro lugar em que esse passado histórico é bem claro é no Castillo de San Felipe de Barajas. Apesar do nome ser Castillo o lugar é um forte e está muito bem conservado. A entrada é gratuita um dia por mês, que por sorte foi o dia em que fomos. Prepare-se para caminhar e leve água para tomar.

O próprio muro da cidade é um grande atrativo e pode ser percorrido caminhando. Você pode entrar e sair dessa parte da cidade pela Torre del Reloj. O único passeio com grupo que fizemos foi à Playa Blanca, que apesar do nome e da fama não me impressionou muito. Tomamos o barco até Playa Blanca fechando o pacote diretamente no albergue e chegamos em cerca de 30 minutos. O lugar era sim paradisíaco com areais brancas e água cristalina mas o que queria fazer era comer algo e descansar na praia. Mas infelizmente haviam 3 vendedores pra cada turista e eles não te deixavam em paz nem um minuto! Mas bem, faz parte...

Playa Blanca
Amigos no barco em direção à Playa Blanca

Regressamos à Cartagena e começamos a buscar a melhor maneira de cruzar à fronteira e entrar no Panamá. Eu havia comentado no início da postagem que as Farc foram empurrados pra alguns bolsões dentro da floresta e infelizmente um dos que eles controlam ficam por lá. Além disso nessa região conhecida como Tapón del Darién não há estradas, somente selva tropical muito densa. Demoramos muito e encontramos uma solução, mas isso fica para o próximo capítulo.

Colômbia e Panamá - Parte 2 Final - Panamá

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