segunda-feira, 1 de julho de 2013

Subimos no trem em Veneza e em 2 horas chegamos à Florença, capital da Toscana. A passagem custou 24€ por pessoa. Nos hospedamos no albergue Il Giglio, que é bem próximo da estação de trem, mais ou menos 10 minutos caminhando. Chegamos e já era tarde então apenas saímos pra jantar. Florença (ou Firenze, em italiano) é considerado o berço do renascimento e cidade natal de Dante Alighieri. Obras de Leonardo da Vinci, Michelangelo, Botticelli e muitos outros estão espalhadas por toda a cidade. Sugiro ler o livro Inferno de Dan Brown, antes de visitar a cidade e quando por lá procurar as referências.

No dia seguinte caminhamos em direção à Piazza del Duomo, que é a praça aonde estão as principais atrações turísticas da cidade. Começamos o passeio pela Catedral de Santa Maria del Fiori, ou como é mais conhecida: Il Duomo. A entrada é grátis, você paga apenas se quiser subir à cúpula, que te oferece uma vista incrível da cidade. Um ticket de 15€ te dá direito à subir à cúpula, campanário e cripta. Apesar da vista da cidade e das pinturas no interior da igreja, na minha opinião a melhor parte da catedral é seu exterior. A igreja é tão grande que é difícil tirar uma boa foto desde à praça e enquadrá-la por completo. Dica importante é ir durante a manhã, já que nessa hora as filas são menores.


Uma Birra Moretti pra bancar o calor

Vista da cúpula da catedral. Consegue ver os turistas?

Acabamos almoçando em uma pizzaria na Piazza del Duomo. Se vocês leram a postagem anterior se lembrarão que eu disse que nos lugares mais turísticos raramente há boas opções e essa bendita pizza comprovou uma vez mais a teoria. Comi na praça a pior pizza da minha vida. Pedi uma fatia e a pizza estava fria e dura, com pinta de que foi requentada várias e várias vezes. Sem contar que uma cigana queria roubar a minha comida. Enquanto comia houve uma passeata de brasileiros em Florença reclamando do governo. Um gringo que puxou papo comigo descobriu que eu era brasileiro e perguntou porque estávamos nos manifestando não só no Brasil mas em todo o mundo. Eu tentei explicar que a população estava descontente ao ver tanto dinheiro sendo gasto em estádios para a copa em detrimento de poucos investimentos em educação e saúde. Ele me disse que não entendia já que estava no Brasil na época da eleição do país como sede da copa e eu fiquei sem saber o que dizer. Imagine só se ele descobrisse que a mesma população reelegeu os mesmos governantes...


Durante à tarde fomos ao Palacio Vecchio, que é um palácio medieval e hoje sede da prefeitura de Florença. Mas além disso também há um museu com muitas pinturas, esculturas e mapas pra perder algumas horas lá dentro. A entrada custou 10€ e dá direito também à subir a torre. O ponto negativo é que como chegamos por volta das 14:00 a fila foi looooonga. Ao menos havia sombra! Após tanta andança acabamos jantando em um restaurante sugerido pelo Tripadvisor e provei o prato típico da cidade Bistecca alla Fiorentina. O preço foi salgado e provavelmente a refeição mais cara da cidade, mas o sabor da carne suculenta bem vermelha e sangrando era indescritível.



Vista de Florença desde Piazzale Michelangelo

Ponte Vecchio

Il Duomo

Torre de Pisa

No dia seguinte, que seria nosso último dia em Florença aproveitamos para conhecer a Galleria dell'Accademia aonde além de muitos trabalhos inacabados de Michelangelo você também verá a incrível escultura de David. O passeio dura mais ou menos 2 horas e a entrada custa 7€. Em seguida fomos a Galleria degli Uffizi, que na minha opinião é o melhor museu de Florença. Obras de todos os artistas do renascimento estão por lá e o museu por si só é uma obra de arte. Imperdível, e também custa 7€. Imperdível! Minha única dica é ir à Uffizi durante à manhã, quando as filas são menores. Depois de toda essa overdose de museus terminamos os dia caminhando pelas ruas de Florença e chegamos até a Piazzale Michelangelo, aonde está uma réplica de David e te dá uma vista bem legal da cidade


No dia seguinte decidimos fazer um bate e volta à Pisa já que a viagem de trem leva apenas 1 hora. Apesar de ter outras atrações turísticas acabamos vendo apenas a torre famosa e rindo dos turistas que tiravam as fotos mais criativas do mundo. Rs! Caminhamos desde a estação de trem até a torre, ficamos umas 2 horas e logo decidimos voltar e aproveitar nossa última noite em Florença antes de seguir à Parma para o casamento de meu amigo.


A viagem de trem à Parma foi um pouco mais longa já que fizemos escala em Bolonha e chegamos à tempo de ir ao churrasco organizado na casa da família da noiva, que era uma grande propriedade rural no subúrbio de Parma. Aproveitamos o churrasco que foi bem legal já que havia muitos grupos de amigos diferentes e no final da noite todos já se conheciam. Haviam pessoas de mais de 20 países e o lugar parecia a Torre de Babel. Inicialmente eu conhecia além da Rocio apenas o noivo e um amigo argentino chamado Ramiro, que não o via faziam alguns anos desde que nos mudamos do Amazonas, aonde trabalhamos juntos. Como éramos os únicos latino americanos acabamos ficando responsáveis pelo churrasco o que na verdade foi um imenso desafio pois os bifes era bem diferentes dos nossos e o ponto da carne pendendo ao cru. O churrasco terminou por volta das 22:00 e decidimos conhecer a noite de Parma. Nesse momento eu me senti como em uma festa que poderia estar acontecendo em qualquer lugar de nosso continente. Final de semana à noite e o público dos bares fechava as ruas tomando suas bebidas e conversando. Um episódio engraçado é que Ramiro pediu fernet com coca, que é a bebida típica dos argentinos, apesar do fernet ser italiano. O garço o perguntou se ele era argentino e ao concordar o garçom respondeu que essa merda só se toma na Argentina...


No dia seguinte fomos ao casamento e esse foi sem dúvida o mais incrível que já fui. A festa foi em outra propriedade rural também em Parma e o cardápio foi o tradicional da região com um jantar que consistiu em 7 pratos! Entradas, carne, peixe, massa, tudo! Imagine como fica a barriga de quem encarou todos os pratos. E esse foi só o começo já que depois se subiu o volume da música e todos foram dançar. As bebidas chegavam mais rápido do que conseguíamos beber e terminamos a festa a altas horas da madrugada. Antes de ir a Rocio sentiu frio e pediu emprestado o paletó de meu amigo Ramiro. Acontece que no final da festa um francês que a essa altura já era um grande amigo nosso tinha perdido a chave de seu carro e teve que chamar um táxi. O que na verdade não foi ruim já que ele estava caindo de bêbado. No outro dia quando fomos entregar o paletó ao Ramiro ele nos disse que esse não era o seu e encontramos no bolso uma chave de carro! Rs!




Monterosso em Cinque Terre


Ramiro e eu prontos para o casamento

Piscina natural em Manarola

Vernazza em Cinque Terre

Terminada o casamento seguimos a um destino que eu não tinha muita curiosidade e que acabou me surpreendendo incrivelmente sendo na minha opinião o ponto alto da viagem: Cinque Terre. Pra quem não conhece, assim como eu não conhecia, são 5 vilarejos localizados à beira mar e construídos nas encostas das montanhas. Os nomes dos vilarejos são: Monterosso del Mare, Vernazza, Corniglia, Manarola e Riomaggiore (direção ocidente-oriente) e foram declarados patrimônio da humanidade pela Unesco. E o mais interessante é que apesar do relevo acidentado as encostas das montanhas foram usadas para a agricultura usando as mais criativas técnicas apesar de que hoje grande parte da economia é movida pelo turismo.


Nós tomamos o trem desde Parma e a viagem até Riomaggiore levou 2 horas e nos custou 22€. Mas antes de falar dos atrativos do lugar gostaria de mencionar um ponto importante à respeito da hospedagem. O problema mais grave do vilarejo na minha opinião é o transporte público que na alta temporada está sempre lotado e muitas vezes você acaba ficando horas na estrada esperando. Por isso é importante estar bem localizado no centro das cidades. Inicialmente havíamos reservado um lugar em Monterosso chamado Souvenir mas antes de chegar descobrimos que queríamos ficar em Riomaggiore e cancelamos a reserva anterior e fizemos uma aí em um hotel chamado Due Gemelli. O problema é que olhando no mapa o hotel estava mais ou menos bem localizado mas ao chegar lá vimos que não! A distância parecia próxima mas a única estrada era um emaranhado de subidas e descidas em "S" e como não havia táxi éramos reféns das vans de transporte público que estava absurdamente sempre cheias e os idosos tem prioridade (e em muito momentos você pensa que eles formam 80% da população da Itália). O hotel era bom, mas só funciona pra quem viaja em carro. Todos os vilarejos são ligados por trem e o melhor a fazer é comprar um cartão de 10€ que te dá direito a usar os trens e o transporte público de vans.



Praia em Monterosso

Vista de um trecho da trilha Sentiere Azzurro

Passado o perrengue do transporte começamos o dia seguinte no centro de Riomaggiore e de lá tomamos o trem para o outro extremo de Cinque Terre, em Monterosso. A idéia era fazer a trilha chamada Sentiere Azzurro que leva mais ou menos 5 horas e passa por todos os 5 vilarejos serpenteando as encostas das montanhas começando em Monterosso e terminando no vilarejo aonde estávamos hospedados, Riomaggiore. Infelizmente (ou felizmente já que o sol estava muito forte) parte da trilha estava cortada pelas recentes chuvas e caminhamos metade do percurso, desde Monterosso até Corniglia. O trecho restante fizemos de trem e acabamos perdendo a parte famosa da trilha, conhecida como Via dell'Amore, ligando Manarola à Riomaggiore.

Cada vilarejo tem sua peculiaridade e seu charme e em um dia você pode passear por todos.

Monterosso del Mare - É o maior vilarejo da região. Imperdível passear pela praias. O aluguel de sombrinha e cadeira custa 10€ por pessoa, o que me pareceu bem caro e acabamos sentando na areia da praia usando nossas toalhas.


Vernazza - Lindas praias e muitos restaurantes próximos ao píer. A foto mais famosa de Cinque Terre é tirada no começo da trilha desse vilarejo. Aí provamos as anchovas de Monterosso. Dica é que assim como em qualquer outro lugar da Itália é mais barato pedir comida do que sentar. A comida é a mesma mas por perder a comodidade de estar sentado no restaurante o preço é quase a metade. Pedimos as anchovas que vinham em cones de papel e comemos sentados à beira da praia.


Corniglia - O menor vilarejo e único que não tem praia.


Manarola - O porto é menor do que o de Vernazza mas foi o que mais gostei devido às piscinas naturais. Aí arriscamos uns mergulhos e que apesar do clima caloroso do verão a temperatura da água era fria para um brasileiro, mas não para os europeus.


Riomaggiore - Apesar de não ser o mais povoado vilarejo aí está o melhor centro histórico. Caminhamos bastante e jantamos.



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