quarta-feira, 10 de maio de 2017

Após incontáveis Guinness pela Irlanda era hora de seguir viagem à Londres. Como voamos Ryanair, chegamos em Gatwick, que está longe do centro da cidade se comparado com os aeroportos de Heatrow ou London City. Felizmente, há trem que leva ao centro e de lá há metrô para qualquer lugar da cidade. O metrô, de Londres, diga-se de passagem, apesar de razoavelmente velho é incrível, cobrindo toda a cidade. Não há melhor maneira de se locomover por Londres do que o "Tube", como se diz por lá. Além disso, o transporte é todo integrado. Com o seu Oyster Card carregado você pode usar os trens, metrôs, ônibus e até barcos do transporte público. Mas, voltando à chegada, há trens rápidos e normais que te levam de Gatwick ao centro. Sem saber, subimos no primeiro, que por sorte ou azar era um trem lento. Digo sorte porque os lentos são mais baratos, e azar por demorar mais.


Nos hospedamos em um albergue chamado No. 8 no bairro de Willisden. Se você olhar no mapa verá que o bairro é afastado. Mas como disse acima, o metrô conecta toda a cidade. Se você não for tão mão de vaca e não quiser economizar tanto em hospedagem - diferente de mim - vale a pena pagar um pouco mais e ficar em um lugar próximo do centro da cidade.


Com London Eye ao fundo

Londres é uma cidade não só gigante, mas também cheia de atrações. Conhecer Londres, plenamente, é uma tarefa homérica que demandaria algumas semanas, sem sombra de dúvidas. Estive por lá apenas cinco dias e a verdade é que me pareceu (muito) pouco. Londres é, provavelmente, a cidade mais cosmopolita que já vi, batendo até Nova Iorque. Você escuta todas as línguas imagináveis passeando pela cidade e vê toda essa sopa cultural refletida não só nos locais e turistas como também pelos comércios espalhados pela cidade. No bairro onde me alojei, por exemplo, havia muitas igrejas assembleias de Deus com cultos em português do Brasil.


Tower Bridge
Abadia de Westminster

No nosso primeiro dia pela cidade, começamos pelo mais tradicional. Descemos na estação de Westminster e aproveitamos para conferir o Big Ben, a roda gigante London Eye, o Parlamento e o Palácio e a Abadia de Westminster. Todos muito próximos. De lá caminhamos um pouco e fomos ao Palácio de Buckingham. Não assistimos a troca da guarda, porque já era de tarde. Para os interessados, acontece às 10h45 da manhã, mas é melhor chegar com pelo menos meia hora de antecipação para conseguir um bom lugar. De lá, seguimos ao Green Park, que é bem pequenininho. Descansamos um pouco e seguimos ao mais interessante e mais conhecido parque Londrino, o Hyde Park. Lugar de vários eventos. O Hyde park é bem grande, com lagos, jardins e áreas para pedalar e fazer exercício. Planejamos um itinerário pelo parque passando pelos lugares que achamos mais interessantes, incluindo a estátua de Peter Pan, Rose Garden e o memorial em homenagem à princesa Daiana. O melhor guia que encontrei com as atrações do parque foi esse site.


Na Harrod's

Próximo ao Hyde Park, fomos conhecer a famosa loja de departamentos Harrod's. A loja vende praticamente de tudo, das marcas mais famosas do mundo. O foco é o consumo de alto padrão. Como o dinheiro andava curto, aproveitei pra caminhar um pouco, já que a decoração é um show à parte.


O Big Ben ao fundo. Só faltou o icônico ônibus de dois andares

No dia seguinte, aproveitamos para ir de barco à Greenwich. Subimos no barco do transporte público desde Westminster e chegamos em mais ou menos quarenta minutos. No caminho, vimos muitos lugares conhecidos desde o rio Tâmisa, incluindo a sede do Financial Times e Tower Bridge. Greenwich tem várias atrações, como o Museu Máritimo e a Escola Naval. Não entramos em nenhum dos dois, mas visitamos outro lugar que adorei, o Observatório Real. A entrada custou £9.50. Apesar do nome observatório, hoje é um museu que conta a história dos primórdios do astronomia, chegando às grandes expedições marítimas mundo afora há alguns séculos atrás. O que eu mais gostei foi que o museu conta como os marinheiros, da época, mediam a latitude e longitude. A latitude era mais fácil de ser medida, já que "bastava" calcular o ângulo entre o barco e o sol, mas como medir a longitude? Muitos estudiosos dedicaram suas vidas para resolver esses problemas. Por mais esquisito que pareça, eu comecei a pensar quando há uma década atrás, o finado Hugo Chavéz decidiu atrasar o fuso horário da Venezuela em meia hora, em vez de usar múltiplos de uma hora. Segundo as palavras do presidente, eles não deveriam seguir a hora estabelecida pelo imperialismo yankee. Mas, reflexões à parte, o lugar é bem interessante.


Hyde Park
Vista do parque de Greenwich
Linha marcando a longitude 0° 0' 0''

Ainda em Greenwich, seguimos ao mercado, onde aproveitamos para comer e ao parque, onde aproveitamos para nos esticar um pouquinho pela grama. Infelizmente, a esticada não durou muito, já que a chuva chegou rapidinho.

No dia seguinte, aproveitamos para ir ao Museu Britânico. O legal é que os maiores museus de Londres são grátis! O Museu Britânico me pareceu tão grande quanto o Louvre, em Paris. Ou seja, não dá pra conhecer tudo em um dia. Em museus tão grandes, eu acabo não aproveitando porque depois de algumas horas já estou cansado demais para prestar atenção. A solução foi focar nas coleções que mais me interessaram. No Museu Britânico, acabei priorizandoas áreas Egípcia e Grega. Na Grega, inclusive, estão partes das esculturas do Parthenon. Ou seja, quem vai ao Parthenon em Atenas não pode vê-las, já que metade delas está em Londres e a outra metade em um museu na Grécia. O museu usa o argumento de que se essas esculturas ficassem na Grécia, elas não seriam tão bem conservadas e poderiam ser, inclusive, vandalizadas ou roubadas.


Parthenon no Museu Britânico
Ainda no Observatório Real em Greenwich

Outro museu que adoramos (e também tem entrada grátis) é o Tate, de arte moderna. Apesar de não ser um fã de arte moderna, fui empurrado pela minha esposa que já o conhecia e tenho que dizer que o Tate me surpreendeu. Tinha bastante coisa de Andy Warhol, por exemplo, e também de todo o mundo, inclusive, brasileira. A própria arquitetura do museu é um espetáculo à parte. Também é impossível vê-lo em um dia.


Pelo Museu Tate
Aproveitamos também para conhecer alguns bairros conhecidos de Londres. Fomos a Notting Hill, passando pela rua e pelo mercado Portobello. O lugar é bem bonito com suas casinhas coloridas, mas a quantidade de turistas tornava quase impossível caminhar. Sugiro ir durante o meio da semana. Também fomos a Brick Lane, que é um bairro mais alternativo, cheio de imigrantes asiáticos, graffitis e lojas com uma pegada mais punk. Vale a pena a caminhada. Por lá encontrei, até, uma barraquinha que vendia feijoada e coxinha, as duas comidas brasileiras que mas tenho sentido falta. Aproveitei pra almoçar e bater papo com o vendedor, que me contou a história da vida dele. Ainda em Brick Lane, encontramos uns brechós que vendiam roupas estilo segunda guerra e anos 60 e 70. Outro bairro parecido, porém ainda mais alternativo, é Camden Town, que ficou conhecido pela artista Amy Winehouse, que veio de lá. Caminhando, você pode ver muitas pessoas que se vestem com o mesmo estilo dela.


Plataforma 9 3/4 em King's Cross
Rua Portobello e uma infinidade de turistas

Aproveitamos nosso último dia em Londres passeando por alguns lugares que não conhecíamos como Trafalgar Square e King's Cross Station. Essa última apenas pra tirar foto na plataforma 9 3/4! E para quem aproveita pra fazer compras, Londres é um prato cheio. Pelo que conheci, de longe o melhor lugar da Europa. A loja que mais gostei em matéria de preços, foi a Primark, que merece aqui uma menção honrosa.


Dedão levantado para Londres

Adorei Londres e tenho muita vontade de voltar para conhecer os lugares que não fui, assim como outros lugares pela Inglaterra e Esócia. Fica pra próxima!

Dublin, Belfast e Londres - Parte 2 Final

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