Após incontáveis Guinness pela Irlanda era hora de seguir viagem à Londres. Como voamos Ryanair, chegamos em Gatwick, que está longe do centro da cidade se comparado com os aeroportos de Heatrow ou London City. Felizmente, há trem que leva ao centro e de lá há metrô para qualquer lugar da cidade. O metrô, de Londres, diga-se de passagem, apesar de razoavelmente velho é incrível, cobrindo toda a cidade. Não há melhor maneira de se locomover por Londres do que o "Tube", como se diz por lá. Além disso, o transporte é todo integrado. Com o seu Oyster Card carregado você pode usar os trens, metrôs, ônibus e até barcos do transporte público. Mas, voltando à chegada, há trens rápidos e normais que te levam de Gatwick ao centro. Sem saber, subimos no primeiro, que por sorte ou azar era um trem lento. Digo sorte porque os lentos são mais baratos, e azar por demorar mais.
Nos hospedamos em um albergue chamado No. 8 no bairro de Willisden. Se você olhar no mapa verá que o bairro é afastado. Mas como disse acima, o metrô conecta toda a cidade. Se você não for tão mão de vaca e não quiser economizar tanto em hospedagem - diferente de mim - vale a pena pagar um pouco mais e ficar em um lugar próximo do centro da cidade.
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Com London Eye ao fundo |
Londres é uma cidade não só gigante, mas também cheia de atrações. Conhecer Londres, plenamente, é uma tarefa homérica que demandaria algumas semanas, sem sombra de dúvidas. Estive por lá apenas cinco dias e a verdade é que me pareceu (muito) pouco. Londres é, provavelmente, a cidade mais cosmopolita que já vi, batendo até Nova Iorque. Você escuta todas as línguas imagináveis passeando pela cidade e vê toda essa sopa cultural refletida não só nos locais e turistas como também pelos comércios espalhados pela cidade. No bairro onde me alojei, por exemplo, havia muitas igrejas assembleias de Deus com cultos em português do Brasil.
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Tower Bridge |
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Abadia de Westminster |
No nosso primeiro dia pela cidade, começamos pelo mais tradicional. Descemos na estação de Westminster e aproveitamos para conferir o Big Ben, a roda gigante London Eye, o Parlamento e o Palácio e a Abadia de Westminster. Todos muito próximos. De lá caminhamos um pouco e fomos ao Palácio de Buckingham. Não assistimos a troca da guarda, porque já era de tarde. Para os interessados, acontece às 10h45 da manhã, mas é melhor chegar com pelo menos meia hora de antecipação para conseguir um bom lugar. De lá, seguimos ao Green Park, que é bem pequenininho. Descansamos um pouco e seguimos ao mais interessante e mais conhecido parque Londrino, o Hyde Park. Lugar de vários eventos. O Hyde park é bem grande, com lagos, jardins e áreas para pedalar e fazer exercício. Planejamos um itinerário pelo parque passando pelos lugares que achamos mais interessantes, incluindo a estátua de Peter Pan, Rose Garden e o memorial em homenagem à princesa Daiana. O melhor guia que encontrei com as atrações do parque foi esse site.
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Na Harrod's |
Próximo ao Hyde Park, fomos conhecer a famosa loja de departamentos Harrod's. A loja vende praticamente de tudo, das marcas mais famosas do mundo. O foco é o consumo de alto padrão. Como o dinheiro andava curto, aproveitei pra caminhar um pouco, já que a decoração é um show à parte.
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O Big Ben ao fundo. Só faltou o icônico ônibus de dois andares |
No dia seguinte, aproveitamos para ir de barco à Greenwich. Subimos no barco do transporte público desde Westminster e chegamos em mais ou menos quarenta minutos. No caminho, vimos muitos lugares conhecidos desde o rio Tâmisa, incluindo a sede do Financial Times e Tower Bridge. Greenwich tem várias atrações, como o Museu Máritimo e a Escola Naval. Não entramos em nenhum dos dois, mas visitamos outro lugar que adorei, o Observatório Real. A entrada custou £9.50. Apesar do nome observatório, hoje é um museu que conta a história dos primórdios do astronomia, chegando às grandes expedições marítimas mundo afora há alguns séculos atrás. O que eu mais gostei foi que o museu conta como os marinheiros, da época, mediam a latitude e longitude. A latitude era mais fácil de ser medida, já que "bastava" calcular o ângulo entre o barco e o sol, mas como medir a longitude? Muitos estudiosos dedicaram suas vidas para resolver esses problemas. Por mais esquisito que pareça, eu comecei a pensar quando há uma década atrás, o finado Hugo Chavéz decidiu atrasar o fuso horário da Venezuela em meia hora, em vez de usar múltiplos de uma hora. Segundo as palavras do presidente, eles não deveriam seguir a hora estabelecida pelo imperialismo yankee. Mas, reflexões à parte, o lugar é bem interessante.
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Hyde Park |
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Vista do parque de Greenwich |
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Linha marcando a longitude 0° 0' 0'' |
Ainda em Greenwich, seguimos ao mercado, onde aproveitamos para comer e ao parque, onde aproveitamos para nos esticar um pouquinho pela grama. Infelizmente, a esticada não durou muito, já que a chuva chegou rapidinho.
No dia seguinte, aproveitamos para ir ao Museu Britânico. O legal é que os maiores museus de Londres são grátis! O Museu Britânico me pareceu tão grande quanto o Louvre, em Paris. Ou seja, não dá pra conhecer tudo em um dia. Em museus tão grandes, eu acabo não aproveitando porque depois de algumas horas já estou cansado demais para prestar atenção. A solução foi focar nas coleções que mais me interessaram. No Museu Britânico, acabei priorizandoas áreas Egípcia e Grega. Na Grega, inclusive, estão partes das esculturas do Parthenon. Ou seja, quem vai ao Parthenon em Atenas não pode vê-las, já que metade delas está em Londres e a outra metade em um museu na Grécia. O museu usa o argumento de que se essas esculturas ficassem na Grécia, elas não seriam tão bem conservadas e poderiam ser, inclusive, vandalizadas ou roubadas.
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Parthenon no Museu Britânico |
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Ainda no Observatório Real em Greenwich |
Outro museu que adoramos (e também tem entrada grátis) é o Tate, de arte moderna. Apesar de não ser um fã de arte moderna, fui empurrado pela minha esposa que já o conhecia e tenho que dizer que o Tate me surpreendeu. Tinha bastante coisa de Andy Warhol, por exemplo, e também de todo o mundo, inclusive, brasileira. A própria arquitetura do museu é um espetáculo à parte. Também é impossível vê-lo em um dia.
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Pelo Museu Tate |
Aproveitamos também para conhecer alguns bairros conhecidos de Londres. Fomos a Notting Hill, passando pela rua e pelo mercado Portobello. O lugar é bem bonito com suas casinhas coloridas, mas a quantidade de turistas tornava quase impossível caminhar. Sugiro ir durante o meio da semana. Também fomos a Brick Lane, que é um bairro mais alternativo, cheio de imigrantes asiáticos, graffitis e lojas com uma pegada mais punk. Vale a pena a caminhada. Por lá encontrei, até, uma barraquinha que vendia feijoada e coxinha, as duas comidas brasileiras que mas tenho sentido falta. Aproveitei pra almoçar e bater papo com o vendedor, que me contou a história da vida dele. Ainda em Brick Lane, encontramos uns brechós que vendiam roupas estilo segunda guerra e anos 60 e 70. Outro bairro parecido, porém ainda mais alternativo, é Camden Town, que ficou conhecido pela artista Amy Winehouse, que veio de lá. Caminhando, você pode ver muitas pessoas que se vestem com o mesmo estilo dela.
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Plataforma 9 3/4 em King's Cross |
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Rua Portobello e uma infinidade de turistas |
Aproveitamos nosso último dia em Londres passeando por alguns lugares que não conhecíamos como Trafalgar Square e King's Cross Station. Essa última apenas pra tirar foto na plataforma 9 3/4! E para quem aproveita pra fazer compras, Londres é um prato cheio. Pelo que conheci, de longe o melhor lugar da Europa. A loja que mais gostei em matéria de preços, foi a Primark, que merece aqui uma menção honrosa.
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Dedão levantado para Londres |
Adorei Londres e tenho muita vontade de voltar para conhecer os lugares que não fui, assim como outros lugares pela Inglaterra e Esócia. Fica pra próxima!
Dublin, Belfast e Londres - Parte 2 Final