terça-feira, 23 de maio de 2017

Após a incrível Split, que nos rendeu alguns perrengues, seguimos à Hvar. Uma das atividades mais comuns na costa da Croácia é passear de ilha em ilha. Como nós já vínhamos de muitos lugares diferentes em poucos dias, decidimos eleger apenas uma ilha e fincar os pés lá por três dias. Escolhemos Hvar por ser a maior, com mais opções de hospedagem e um centro de mergulho. O barco de Split à Hvar custou 45 Kuna (6€) e o percurso dura mais ou menos uma e hora e meia. Pra quem quiser continuar com o carro, dá pra levá-lo na balsa, mas nós preferimos devolvê-lo em Split e dizer adeus à nossa banheira gigantesca. Só uma dica para quem decidir ir de carro de Split até Dubrovnik. Se você olhar direitinho pelo mapa verá que há um acesso da Bósnia ao mar. Eu não fazia nem ideia e acabei descobrindo ao planejar a viagem. Ou seja, não há como fazer o percurso Split - Dubrovnik de carro sem passar pela Bósnia o que te adiciona uma fronteira e consequentemente tempo extra de viagem.


Vista de Hvar

Ficamos impressionados com Hvar logo durante a chegada. A praia tinha o mesmo aspecto de paraíso que as outras que havíamos visitado, porém com uma atmosfera mais rústica. A hospedagem também nos surpreendeu. Era um quarto alugado no Airbnb, mas o lugar era bem equipado, com cozinha pequena, banheiro e sacada individuais e tudo isso por 20€ por noite. Em nosso primeiro dia, caminhamos bastante procurando o centro de mergulho Viking para tentar deixar tudo acertado para o próximo dia. No mais, tomamos umas cervejas olhando os barcos e caminhamos pelo centro histórico da cidade que também era bem legal.


Relaxando em Hvar

Em nosso segundo dia pela cidade, fizemos dois mergulhos. O primeiro foi cedo, era na verdade uma atualização, já que não havíamos mergulhado fazia quase um ano e o centro de mergulho insistiu que seria importante até pela temperatura da água. O segundo foi depois do almoço e bem mais legal, com direito a caverna e muitos peixes. Como não tenho experiência em mergulhar em água fria, acabei usando menos peso do que precisava e isso, combinado com o neoprene de 7 mm, fez com que fosse difícil não subir no final dos dois mergulhos. Vivendo e aprendendo. Apesar de legal, por estar há tanto enferrujado sem mergulhar, tanto em termos de preço quanto de vida marinha, não há comparação com Caribe, Nordeste Brasileiro ou Sudeste Asiático.


Cardume durante o mergulho


Mergulhando em Hvar

No último dia pela cidade, fizemos uma atividade bem legal. É bem comum por lá fazer passeios por várias praias em um barco cheios de turistas. Muita gente inclusive vem de outros lugares da Europa com seu barco ou aluga um. Achamos que seria algo parecido com o que havíamos feito antes na Tailândia, que não foi tão legal justamente pela quantidade de turistas. Decidimos então explorar essas praias caminhando pelas trilhas. As praias que fomos estavam vazias ou com pouca gente. Vimos até um casal já de idade fazendo naturismo à tarde toda. Fomos à Polonji Dol e depois à Mikecevica. Ficamos todo o dia e nos queimamos um pouco. O restaurante Robinson, na última praia, estava fechado, imagino por conta da baixa temporada. Então, tivemos de fazer os sanduíches que havíamos levado renderem...


Pelo centro histórico de Hvar

Após uns dias tão legais em Hvar, pegamos barco até Dubrovnik. O preço foi mais salgado do que Split-Hvar. Custou 200 Kuna (26€) e demorou 3 horas, fazendo paradas em algumas ilhas da região. Há também menos opções de horários se comparado ao barco que te leva ou traz de Split. Dubrovnik é hoje a cidade mais turística da Croácia e apesar do charme, a principal razão é a série Game of Thrones. Dubrovnik é King's Landing. O problema é que a parte histórica da cidade é murada e pequena comparada a outras cidades croatas, o que faz com que ela fique abarrotada de turistas e com os preços nas alturas. Li até que a cidade está pensando em limitar a quantidade de cruzeiros que desembarcam por lá. Apesar de todo esse caos, vale a pena conhecer porque a cidade é muito charmosa e não é à toa que foi escolhida como locação da série



Dubrovnik ou King's Landing?

Como o barco havia saído de Hvar cedo, tivemos um dia completo em Dubrovnik e aproveitamos cada segundo. Reservamos nossa pousada, um pouco afastada do centro histórico, a 1,5 km, mas ainda a uma distância caminhável. É meio óbvio, mas os preços são inversamente proporcionais a distância do centro histórico. Pagamos 200 Kuna (26na hospedagem com quarto privado e banheiro compartilhado. Fizemos o check-in e logo seguimos ao centro histórico.


Escadaria que se tornou conhecida em GoT. Sabe qual é a cena?


Dubrovnik vista dede o muro

Começamos o passeio em Dubrovnik caminhando pelo muro da cidade. A extensão é mais ou menos 1,5 km com muitos lugares históricos legais e alguns fortes. A arquitetura é bastante interessante, mas partes do muro foram visivelmente reconstruídas. A entrada é cara e custou 150 Kuna (20). A entrada também dá direito a acessar Lovrijenac, um forte. Se eu soubesse, teria gasto 200 Kuna (26), que é a entrada que dá direito a ir a praticamente todas as atrações da cidade, incluindo o muro e o aquário. Eu havia mencionado que o turismo em Dubrovnik cresceu muito por GoT. O preço dos tours que te levam a conhecer as locações também é salgado, cerca de 150 Kuna (20). A solução mais barata é carregar os mapas das locações no seu Google Maps. Você pode ver muitas locações incluindo o calçadão aonde Cersei caminhou nua, House of the Undying, Blackwater Bay e muito mais. O que fica faltando são as explicações dos guias mas, malandros que somos nós, nos aproximamos e escutamos alguns guias próximos.


Campanário em Dubrovnik

Após um dia movimentado em Dubrovnik, seguimos as dicas de um amigo e fomos à Kotor em Montenegro. Montenegro é um país muito pouco conhecido, também parte da ex-Iugoslávia. Um amigo me ajudou durante o planejamento da viagem, ele havia passado várias semanas percorrendo grande parte da Europa Oriental e me disse que Kotor, com sua linda baía, foi um dos lugares que mais gostou. Apesar da curta distância entre Dubrovnik e Kotor, 100 km, a duração da viagem depende mais do tempo na fronteira do que da distância em si. Fizemos a viagem de ônibus e o motorista era absurdamente mal-educado. Ele só falava croata e como não conseguia se comunicar com os viajantes, usava a estratégia de repetir duas ou três vezes cada frase. Cada vez gritando mais alto até a pessoa desistir de se comunicar. Rolou um clima muito pesado porque aparentemente havia de pagar para despachar a bagagem e ninguém sabia se era uma gorjeta ou obrigação. Uma pessoa não tinha o dinheiro e ele gritou pra caramba, enquanto a pessoa tentava por a mala no bagageiro, e tirou a mala dela de lá. Outra que foi fazer uma pergunta, ele a empurrou.


Cirílico em Montenegro

Passado o drama, chegamos a Montenegro e Kotor. Logo na entrada, já ficou claro que a herança iugoslava e a influência russa eram bem maiores por lá. Inclusive, o alfabeto cirílico convivia em perfeita harmonia com o nosso em letreiros e placas de trânsito. Havíamos feito a reserva em um albergue chamado Hostel 4U. O lugar era barato e muito legal. Foram, de longe, os anfitriões mais simpáticos que já conheci. Logo ao chegar já ofereciam um shot de Rakia, que os anfitriões bebiam com os hóspedes. Após nos instalarmos, decidimos caminhar e fomos ao centro histórico de Kotor. Caminhamos pelo casco histórico, que é charmoso, mas pequeno. Os gatos que vivem nas ruas são uma espécie de orgulho da cidade e são todos intocáveis. Depois, subimos o muro que leva ao topo da montanha. O percurso total dura quase 2 horas e a subida é razoavelmente inclinada. A vista do topo é inesquecível e dá a perfeita perspectiva da baía de Kotor. Terminamos a noite no albergue, que fazia uns jogos alcoólicos regados à cerveja da Sérvia, que de tão boa vinha em embalagens plásticas. Aproveitei para conversar com outros viajantes, que me deixarão com vontade de esticar mais a viagem pela Europa Oriental, já que todos falavam muito bem da Albânia, Macedônia, Sérvia e Kosovo.


Vista da Baía de Kotor

O final da viagem se aproximava e, em nosso último dia completo, fomos à igreja Lady of the Rocks. Tentamos alugar bicicleta, mas já não havia disponível nos dois lugares onde olhamos. Foi até bom porque estávamos jogados com o tempo e fazia muito sol. Acabamos pegando o coletivo na rodoviária por 2,5 por pessoa. A igreja é linda e já a havíamos visto de longe, desde o ônibus indo à Kotor. Ela fica em uma ilhota no meio da baía, porém um pouco afastada de Kotor. Pegamos um barquinho e fomos até a ilha, exploramos um pouco a fotogênica igreja que homenageia a padroeira dos navegadores. Durante a volta acabamos optando por um táxi. O fato de não haver parada de ônibus e não saber os horários nos complicou e fomos com um taxista que aceitou fazer o percurso por 10€, menos do que o tabelado.


Barcos que te levam à Lady of the Rocks


Igreja Lady of the Rocks ao fundo

Após esse passeio, nos sobrou apenas o tempo para comer na praia, admirando a baía e voltar à Dubrovnik. De lá, demos mais uma volta pela cidade e durante a madrugada, fomos de ônibus até o aeroporto para pegar o nosso voo de volta. Durante essas duas semanas, conseguimos explorar bem a Croácia. Adoraria voltar à Europa Oriental e explorar mais Montenegro e os países vizinhos. Fica para a próxima!


Nosso roteiro completo pela Croácia e Montenegro

Croácia - Parte 2 Final

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