terça-feira, 26 de setembro de 2017

Após algumas semanas no Irã, voamos de Shiraz à Amman - capital da Jordânia - com escala em Dubai. O visto para entrar na Jordânia custa 40 JOD (dinar Jordaniano), cerca de U$56. Isso mesmo que você leu, 1 JOD vale mais do que U$1! O visto foi mais barato do que o Iraniano, mas ainda me pareceu bem caro. Praticamente todos os países pagam pelo visto, incluindo Brasil, Argentina e Europa. Já fazia bastante tempo que eu não tinha nenhum problema ao entrar em algum país, mas em Amman eu tive. A moça que estava na minha frente na imigração saiu chorando, o que já não era um bom sinal. Quando chegou a minha vez, ao pagar com cartão, aparecia a opção de dinar ou dólar. Eu pedia dinar, o oficial concordava comigo e cobrava em dólar. A desvantagem é que o câmbio deles era péssimo. Quando eu me ofereci para mostrá-lo como operar a máquina de cartão, ele bufou e me mandou embora gritando. Para evitar mais problemas, eu acabei pagando em dólar mesmo e ficando no prejuízo. Babacas existem em qualquer lugar do mundo!

Uma dica interessante para a Jordânia é o Jordan Pass, que quando descobri como funcionava, me arrependi muito por não tê-lo adquirido antes. Durante a fila da imigração eu vi que muitos estrangeiros não pagavam a taxa, eles apenas apresentavam o tal Jordan Pass. O Jordan Pass combina o visto de entrada na Jordânia e também a entrada às atrações mais conhecidas como: Petra, Wadi Rum, sítios arqueológicos e castelos. E a vantagem é que os descontos são muitos bons! Você irá economizar com o visto e a entrada à Petra, facilmente mais de U$30.



Monastério em Petra

Voltando à viagem, o aeroporto de Amman fica afastado da cidade e os táxis são caros. Há vans que te levam ao centro da cidade por 3 JOD (U$4,2) por pessoa. Tomamos a van à noite e o percurso durou cerca de meia hora. O detalhe é que o motorista tinha uma pressa incrível, nível Velozes e Furiosos. O motorista não freava em nenhuma lombada e dirigia a mais de 100km/h pelos anéis viários da cidade. Ao chegar à rodoviária, ele entrou em uma velocidade inacreditável. Próximo à parada havia uma muvuca de gente e ele buzinava sem parar, jogando a van na direção das pessoas. De repente, ele freou de uma vez e esse pessoal começou a bater na porta da van. Eu pensei que eles queriam briga por quase terem sido atropelados. Minha irmã pensou que era sequestro. Mas, na verdade era algo ainda pior: taxista brigando por passageiros! Desci da van me esforçando para desviar deles e busquei a minha mochila e a das meninas. Meu plano era entrar na rodoviária e esperar a bagunça baixar para depois procurar um táxi com calma. Entretanto, quando olhei, não havia ninguém na rodoviária. Acho que nem aberta estava. Tive de voltar à muvuca para encontrar nosso táxi. E como fiquei surpreso ao perguntar o preço da corrida e escutar o taxista dizer algo mágico: tenho taxímetro! Sério mesmo! Toda a má impressão que tive na fronteira e na van quase desapareceu ao escutar essas palavras mágicas que eu não escutava já fazia semanas! Hahahahahaha. Sem muita dúvida, subimos no táxi. 

Amman parece ser uma cidade interessante, mas durante o planejamento da viagem, decidimos passar apenas a noite por lá, por conta de tempo mesmo. No albergue, vi que havia muita coisa interessante pra se fazer pela cidade, que é muito antiga e abriga vários museus e sítios arqueológicos. Na verdade, a grande maioria dos turistas visita a Jordânia apenas para ir à Petra. Alguns ainda emendam alguns dias no deserto de Wadi Rum. Todavia, aparentemente, vale a pena dedicar alguns dias à Amman.



Um dos vários camelos em Petra

No dia seguinte, acordamos cedo e fomos à Petra. Há duas maneiras de ir à cidade, por terra saindo de Amman (de ônibus convencional, que custa 10 JOD por pessoa e demora mais ou menos cinco horas) ou de táxi (que custa 70 JOD para o grupo e demora três horas). O problema do ônibus convencional é que saía às 6h30 da manhã, o que significava dormir poucas horas, tomar um táxi à rodoviária e depois o ônibus. E, na verdade, quando você vai em grupo acaba nem sendo tanta economia assim. É como disse minha irmã "não se pode ganhar todas as batalhas da economia!". Acabamos seguindo de táxi. O motorista era bem simpático e logo chegamos à Petra. 



Cidade de Petra

Fizemos check-in no hotel Petra Gate, almoçamos um kebab na rua e seguimos à Petra logo após o almoço. Compramos a entrada para dois dias, já que a diferença de preço era minúscula: 50 JOD ($70) para um dia e 55 JOD (U$77) para dois. De maneira geral, ficamos surpreendidos com os preços da Jordânia. O visto e as atrações foram muito caros. Fiquei com a impressão de que eles querem tirar demais dos turistas.



Vista após dobrar o cânion e chegar ao Treasury em Petra. Inesquecível!

Petra foi a capital do império Nabateu, entre os anos 400 a.C. e 106 d.C. Nosso plano no primeiro dia era contratar um guia e aprender a história do lugar, já que teríamos apenas a tarde. Já no segundo dia, que teríamos completo, queríamos fazer a caminhada até o monastério, que marca o final do complexo. Petra é bem bonito e está bem conservado. O canyon que desemboca no mais conhecido monumento do complexo, chamado de Treasury, é incrível! Passar por esse caminho e dar de frente com esse lugar é indescritível. Mas, o que muita gente não sabe é que o Treasury, que ficou eternizado no filme Indiana Jones e a Última Cruzada como o lugar que abriga o Santo Graal, é apenas um pouquinho do complexo. Alguns quilômetros após o Treasury, por exemplo, fica o monastério, uma construção ainda maior, porém com menos detalhes. Há também muitas tumbas, templos, casas, esculturas e mais. O lugar realmente merece o título de Maravilha do Mundo (World Wonder). Detalhe interessante é que no filme do Indiana, o Treasury é a entrada a uma grande caverna, enquanto na verdade ao entrar no Treasury você chega a... lugar nenhum! Isso mesmo! Há uma fachada incrível e apenas um cômodo dentro.



Marina em frente ao Treasury em Petra

Se você não sabe se deveria comprar a entrada para um ou dois dias, o que posso dizer é: se você tem um dia inteiro e não tem problema em caminhar, um dia é suficiente. Caso contrário, dois. Há também um programa oferecido, alguns dias por semana, chamado Petra by Night, em que parte do complexo fica iluminado à luz de velas. Como no segundo dia voltamos no fechamento do parque já o final da tarde, que depois reabriria à noite para o Petra by Night, acabamos vendo um pouquinho da iluminação à luz de velas. Pareceu interessante para quem adora tirar fotos.



Modelando em Petra

O guia custa caro, 50 JOD (U$70) por dia e é tabelado. Todos os guias que havíamos contratado nesse um mês de viagem, que vinha desde a Polônia, passando pelos Bálticos, Rússia e Irã foram bons, mas o que pegamos em Petra… o inglês dele era bem fraco e o cara era muito malandro. As explicações foram válidas, mas se tivesse que escolher outra vez, faria o passeio sem guia. Há ótimos documentários de Petra no youtube que acabam sendo tão bons quanto o guia.



Seria essa a escultura de um elefante ou apenas a força da chuva brincando com nossa imaginação?

Nosso passeio com o guia no primeiro dia andava dentro dos conformes até cerca de 1 km após o Treasury, quando ele disse que queria nos levar até umas tumbas, mas que para isso tínhamos que pagar uma gorjeta de 25 JOD (R$115). Eu disse que não precisava, mas que se ele pudesse nos indicar o caminho, eu gostaria de fazê-lo no dia seguinte já sem ele. Seguimos a caminhada e quando se passaram alguns minutos, eu lhe perguntei se essa era a trilha que ele cobrava gorjeta e ele me disse que sim. Aparentemente, ele não me entendeu (ou se fez de desentendido). Eu disse que queria voltar porque o preço me pareceu caro. Ele disse que não tinha que me preocupar porque o seu objetivo era “fazer o turista feliz”, e que se não tivesse dinheiro tudo bem. Eu disse ok e seguimos a trilha. Mas, ao terminar, claro, ele pediu a tal gorjeta. Eu já estava bravo com ele e após conversar com as meninas decidimos dar 5 JOD. Isso não é pouco dinheiro, é 10% do preço do guia e mais ou menos R$23! Ele emburrou, fez beicinho e foi embora contrariado resmungando. 



Caminhando por Petra debaixo de um sol de rachar

Bem... guia babaca foi apenas má sorte. O que não gostei de Petra foi a quantidade de ambulantes vendendo souvenirs de gosto duvidoso e oferecendo fazer o trajeto em mula ou camelo. Os animais cagam em qualquer lugar, são golpeados na na frente dos turistas - às vezes ao lado das placas que pedem aos turistas denunciar maltrato aos animais - e cavalgam muito rápido, obrigando as pessoas a correr para não serem atropeladas. O parque também é sujo com muito lixo no chão, já que os ambulantes também moram no complexo, que não tem condições de higiene para abrigá-los. Infelizmente, esses problemas tiram a mística do lugar. Li em um blog de viagem que sigo chamado Viajo Logo Existo, uma analogia que achei interessante, "gostamos, achamos o lugar incrível, mas, ficamos com a sensação que parece mais uma feira de rua do que um sítio arqueológico". Foi exatamente a mesma sensação que eu tive!


Marina estressada no Adventure Divers em Aqaba

Após os dois dias em Petra, fomos de táxi à Aqaba. O preço do transporte era tabelado em 45 JOD (U$63) e as passagens de ônibus custavam 12 JOD (U$17) por pessoa. Ao perguntar em nosso hotel, descobrimos que eles tinham um taxista amigo que fazia a viagem por 35 JOD (U$50). Acabamos fechando. Após Petra, os viajantes geralmente vão ao deserto de Wadi Rum, que é super recomendado. Esse inclusive foi o nosso plano por algum tempo. Mas que acabou sofrendo alteração já que decidimos fazer outro programa: mergulhar. Os mergulhos no Mar Vermelho são mundialmente conhecidos, mas do lado do Egito. Aqaba fica às margens de uma espécie de chifre do Mar Vermelho chamado de Golfo de Aqaba. Apesar de ter menos centros de mergulho do que no lado Egípcio, me surpreendi com a quantidade que havia em Aqaba.


Nosso hotel não ficava próximo do centro da cidade, mas em South Beach, que é onde se encontram os centros de mergulho. Eu esperava que Aqaba fosse bem vazia, mas pelo contrário. Ao menos em South Beach, as praias estavam movimentadas. Nosso centro de mergulho se chamava Adventure Divers e era bem legal. O local era perfeito para relaxar, mergulhar e ficar de bobeira na piscina. Mergulhamos duas vezes. As saídas foram caminhando desde a praia, já que a maioria não necessita barcos. O primeiro mergulho foi em um cargueiro naufragado chamado Cedar Pride, que me surpreendeu pelo tamanho. O segundo em um recife chamado Japanese Gardens. Há mais de 20 pontos de mergulho, incluindo até um tanque de guerra naufragado. Aqaba foi ótimo para relaxar um pouco e queria passar mais alguns dias de bobeira por lá apenas mergulhando. Mas o voo da minha irmã de volta ao Brasil, saindo de Tel Aviv, estava próximo e já era hora de ir à Israel.



Cedar Pride em Aqaba
Rocio no Cedar Pride
Uma tartaruga em Japanese Gardens

O táxi de South Beach à fronteira Ytzhak Rabin nos custou 15 JOD e a saída da Jordânia serviu como prenúncio do que seria nossa entrada em Israel, já que o oficial do lado jordaniano nos perguntou porque tínhamos visto do Irã no passaporte! E detalhe importante, para sair por terra na Jordânia, há que pagar 10 JOD, então não troque todos os seus dinar antes de sair.

Israel - Eilat, Jerusalém e Tel Aviv

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