quarta-feira, 21 de novembro de 2018

Primeiras férias desde que voltamos ao Brasil e a Rocio e eu acabamos escolhendo o Canadá como destino. Decidimos não ir aos parques, porém a algumas cidades para visitar alguns amigos, e depois passar uns dias em NY. A aventura começou ainda na decolagem. Estávamos na pista de decolagem prontos para sair porém nada acontecia. Como o avião era grande demoramos a saber a razão pois a bagunça estava acontecendo do outro lado. Aparentemente um russo bêbado começou a chutar o assento na sua frente e a filmar os comissários de bordo que vinham falar com ele. Como a situação ficou insustentável, a Delta chamou a polícia para tirá-lo do avião. Acontece que todo mundo começou a filmar e visto o histórico da Delta com passageiros filmando esse tipo de coisa eles fizeram todos descer, esperar em um ônibus e depois voltar ao avião. Nessa brincadeira perdemos duas horas. Por sorte ainda ainda conseguimos pegar nossa conexão em NY, porém muita gente não.



Toronto!


Chegando em Toronto, fomos direto do aeroporto à nosso airbnb. Para ir usamos o Up que é uma linha expressa de trem que liga o aeroporto a alguns pontos da cidade. Poucos dias antes de nós chegarmos caiu a primeira neve da temporada em Toronto, que ainda estava no chão por algumas partes da cidade. O airbnb ficava próximo à Little Portugal. Todo o bairro parecia um pouco abandonado porém surpreendentemente o nosso airbnb era bem limpo e organizado por dentro (apesar de também meio abandonado por fora). Toronto é uma cidade cara e o airbnb que foi um dos mais em conta que encontramos próximo do metrô custou R$180 por noite.

Em nossa primeira noite decidimos caminhar um pouco. A temperatura era de mais ou menos 2°C o que era bem agradável comparado ao que teríamos pela frente. Tomamos o metrô até Union Station e fomos ver à famosa CN Tower que com seus mais de 500m já foi o edifício mais alto do mundo. Já não estávamos muito empolgados em subir e menos ainda ao ver o preço CAD 38, o que dava mais ou menos USD 30. Achei que a vista seria legal mas não seria nada de mais. Ao lado está o Aquário Ripley, que pareceu até mais interessante do que a CN Tower mas como já havíamos ido à alguns aquários nos últimos tempos decidimos passar. Aproveitamos para caminhar pela região e passamos pelo Entertainment District e Old Toronto. Me surpreendi com a região. Havia escutado que Toronto era a segunda cidade com mais construções no mundo, atrás apenas de Xangai, e acho que realmente é verdade. O centro misturava muito bem edifícios históricos com novos e modernos arranha céus. Achei Toronto mais metrópole do que imaginava. Voltamos de metrô e o que me chamou a atenção foi o mapa que possui o traçado menos eficiente que já vi na vida. Um das linhas tem inclusive o formato de uma letra U.



Eu e a Rocio com o Gonzo e a Veronica na Casa Loma
Mapa do metrô de Toronto. Menos eficiente é impossível

No dia seguinte fomos encontrar um amigo brasileiro, o Gonzo, que havia se casado faz pouco tempo com uma argentina-canadense, a Veronica. Foi bem legal revê-lo, conhecê-la e ter gente que conhecia a cidade conosco quase que como guias. Começamos o passeio pela Casa Loma que era um castelo de um rico empresário da região no começo do século XX. Gostei do lugar e a entrada foi 30 CAD. O empresário milionário tinha uma casa incrível com direito a estábulo e coleção de carros. Em seguida fomos à Kensington Market que é um bairro hipster alternativo bem parecido com alguns bairros de Londres. Comemos por lá e em seguida fomos à uma cervejaria próxima. No caminho passamos pela famosa boate El Mocambo, onde a ex primeira dama do Canadá e mãe do atual primeiro ministro teve uma noite intensa com Mick Jagger e Keith Richards durante uma turnê dos Rolling Stones, como reza a lenda. A tal primeira dama era bem conhecida por dormir com bastante gente famosa, enquanto casada com o primeiro ministro, e também por usar drogas pesadas. Outra das histórias diz que ela também dormiu com o Fidel Castro. Pra quem tiver interesse, vale a pena ler as teorias internet afora de que o atual Primeiro Ministro, Justin Trudeau é filho de... Fidel Castro! Mas fofocas à parte, descobri que há uma cena incrível de cervejarias artesanais por Toronto. Óbvio que provamos algumas! De lá fomos a um mercado de natal em Distillery District onde encontramos mais um casal de amigos da época da universidade e também do meu primeiro trabalho e aproveitamos pra comer um pouco e jogar papo fora.



Eu e Rocio no Distillery District

No dia seguinte decidimos alugar um carro e seguir à Niágara Falls. O caminho de ida foi bem tranquilo e em pouco mais de 1:30 estávamos lá. Como os 2 dias anteriores haviam sido bem longos nós acabamos dormindo um pouco a mais e saímos da locadora por volta das 11:00 e sem muito preparo. Quando chegamos à cidade de Niagara nos demos conta que não sabíamos nem se as quedas ficavam do lado dos EUA ou do Canadá e não tínhamos nossos passaportes. Por alguns minutos achei que iríamos nos dar mal nessa. Porém dirigindo um pouco mais logo conseguimos ver as quedas da rua ainda dentro do carro. Isso foi o que mais me impressionou ao ver as quedas, diferente de Iguaçu onde você precisa pagar uma entrada para acessar o parque, Niagara está ali na sua frente! Estacionamos por lá e seguimos a vê-las. Descobri que elas podem ser vistas dos dois países porém não é como Iguaçu onde do Brasil e da Argentina você vê quedas diferentes. As principais quedas são duas, uma chamada American Fall e outra maior chamada Horseshoe. A melhor vista é do lado canadense, sem dúvida. Dá pra ver tudo caminhando gratuitamente pelas margens do rio e também há algumas atividades como passeio de barco e tirolesa. Muita gente havia me dito que Niágara é bem decepcionante para quem foi à Iguaçu e por isso fui com minha expectativa lá embaixo. Talvez por isso eu tenha gostado. O que é mais diferente ainda de Iguaçu é que Niagara é dominada por cassinos! Mais gringo impossível.



Um barco se aproximando de Horseshoe
Ao lado de Horseshoe

De lá fomos à uma cidadezinha chamada Niagara on the Lake que é bem turística e charmosa. A economia do lugar roda por conta do turismo e das várias vinícolas da região. Porém, por conta da época do ano, não haviam uvas. A região é conhecida por produzir o famoso ice wine em que as uvas congelam ainda antes da colheita. Na verdade eles esperam a temperatura chegar a -7°C para colhê-las. Acabei comprando uma garrafinha para provar. No retorno eu me surpreendi com o trânsito. Demoramos o dobro que demoramos para ir. As histórias que havia escutado que a cidade cresceu desordenadamente são bem reais e o trânsito é bem caótico.



Niagara on the Lake

Terminei a noite jantando com outro amigo que havia se mudado para lá, o Kiel. Toronto foi a cidade dos reencontros. O ruim foi que na volta eu me perdi! Tomei o bonde, que lá eles chamam de city train, errado! O número era o mesmo mas havia uma letra no final. Nessas horas eu agradeci por estar em uma cidade bem segura pois lá estava eu, durante a madrugada completamente perdido caminhando pela cidade. Não tão perdido assim pois o celular tinha os mapas com GPS que eu descarreguei pra usar offline. Mas de qualquer maneira, não havia como caminhar toda a distância que faltava. Era bem longe! Após uns 40 minutos caminhando eu achei outra parada do bonde e por sorte haviam mapas com as rotas de cada linha. Dessa vez peguei o certo. Chegando ao airbnb eu ainda arrumei energia para devolver o carro, pois tinha estacionado em lugar proibido. Após devolvê-lo, me dei conta que não tinha enchido o tanque! Eita! Mais essa! Mas deu tudo certo. Que bom que era Toronto.



Tranquilos e calmos na casa do Omar

No dia seguinte, que seria nosso último dia completo fomos ao High Park, que é o maior de Toronto e ficava próximo ao nosso airbnb. O lugar é grande e funciona como um pulmão verde para metrópole, contando inclusive com lago para pescar. De lá seguimos ao Bata Shoe Museum que havia sido bem recomendado e foi bem legal. O museu conta a história da humanidade usando apenas… sapatos! O que mais gostei foram os sapatos inuits. De lá fomos à umas lojas da região para matar um tempo antes de encontrar outro amigo mais. Pois é, mais reencontros! Jantamos em um restaurante mexicano com direito à várias margaritas. Além de rever meu amigo Omar, a Rocio convidou outro amigo a se juntar a nós, que por sua vez levou dois amigos mais. E o legal é que todo mundo acabou se entrosando em uma mistura divertida de inglês e espanhol. A noite só acabou horas depois com todo o grupo tomando vinho na casa do Omar.



High Park, o pulmão verde de Toronto
Bata Shoe Museum

Canadá e NY - Parte 2 - Montréal

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